Oswaldo de Oliveira critica presidente após saída do Corinthians

(Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)
(Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)

Por Nicholas Araujo
Redação Blog do Esporte


Após ser demitido do Corinthians, o técnico Oswaldo de Oliveira comentou sobre a saída do clube, dois meses depois de ser contratado, em nota divulgada para a imprensa. No comunicado, Oswaldo deixa claro seu “descontentamento e extrema decepção” por sua saída do clube e que cometeu “um grande equívoco” ao acreditar nas palavras do presidente Roberto de Andrade.


Após a saída de Cristóvão Borges, primeiro nome preterido para o cargo de treinador, Andrade disse que manteria Fábio Carille, treinador interino, no cargo principal até o final de 2016. Após as mudanças na regra de classificação para a Taça Libertadores, Oswaldo foi negociado “com urgência”, enquanto comandava o Sport Recife.

Sem conseguir a vaga para a competição, Andrade manteve a promessa de que Oswaldo permaneceria no cargo e que ajudaria a montar o elenco para 2017. No entanto, por pressão da bancada adversária e alguns dirigentes, o treinador foi demitido no meio desta semana.

Em sua nota, Oswaldo comenta sobre os planos para a Libertadores e o trabalho que vinha fazendo para permanecer no cargo em 2017, se empenhando para remontar o elenco, mas ao mesmo tempo lamenta que esse trabalho tenha sido desfeito de tal maneira.

Confira a nota na íntegra:

Passado um dia do anúncio da minha saída do Corinthians, resolvi me manifestar a respeito do assunto.

O presidente do Corinthians tem todo o direito de tomar as decisões que ele entender as melhores, mas me reservo o direito de contestá-las. Por isso, quero deixar claro meu descontentamento e extrema decepção com minha saída do Corinthians.

Quando o presidente Roberto de Andrade me ligou enquanto eu ainda era técnico do Sport, a insistência dele era para que eu assumisse o clube imediatamente, porque ele precisava do meu trabalho para começar logo o planejamento para 2017. Chegamos a conversar sobre a possibilidade de iniciarmos apenas no ano que vem, mas ele sempre fez valer que a urgência era fundamental.

Assim, da mesma forma que o presidente admite que errou ao me contratar, quero dizer que cometi também um grande equívoco de avaliação ao acreditar no que ele me disse sobre haver um planejamento para 2017.

É preciso que as pessoas não se esqueçam do contexto envolvendo o Corinthians em 2016. Houve troca de comando técnico, na comissão técnica e saída de jogadores importantes. Tudo isso contribuiu muito para este período de transição que o clube vive hoje. Assumo minha parcela de responsabilidade no processo, mas será que trocar o treinador que estava cuidando do planejamento para o ano que vem resolve todos esses problemas? O problema era só esse?

Com empenho e compromisso, trabalhei dia e noite durante esses dois meses visando a conquista de uma vaga na Libertadores de 2017, assim como na montagem do elenco para a próxima temporada. Estávamos trabalhando duro para montar um time forte e vencedor, como é o perfil do Corinthians. Não merecia um desfecho dessa maneira. Eu era um dos primeiros a chegar e um dos últimos a sair do CT. E eu me orgulho disso. Mais do que minha obrigação profissional, era um prazer trabalhar no e para o Corinthians. Não sou uma pessoa que sento em cima de glórias do passado, mas acho que a história que o Corinthians e eu construímos juntos não merecia um desfecho dessa maneira.

Por tudo isso descrito acima e por minha convicção em que o trabalho seguiria e seria melhor em 2017 que lamento profundamente a interrupção desse compromisso.

A todos corinthianos, fica aqui meu respeito.

Diretor comenta especulações

Após a demissão, iniciou-se uma especulação sobre os possíveis nomes para o cargo, dentre eles Guto Ferreira, atualmente no Bahia, Jair Ventura, do Botafogo, e Vanderlei Luxemburgo, atualmente sem time. Em entrevista ao UOL Esporte, o diretor de futebol Flávio Adauto desmentiu sobre todas as procuras e disse que trabalha com dois nomes para o cargo, mas não revelou as possíveis contratações.

Além disso, Adauto comentou que uma reunião foi feita para exemplificar a situação do Corinthians para Oswaldo, mas que a demissão aconteceu somente por telefone, quando Alessandro conseguiu falar com o treinador e explicar o motivo de sua saída.

Neste momento, o alvinegro continua sem um planejamento fixo para 2017. Um racha dentro da própria diretoria dificulta contratação e a solução de problemas. Em janeiro, o clube participa da Flórida Cup, nos Estados Unidos, como parte da pré-temporada para o próximo ano, que terá pela frente Campeonato Paulista, Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro e Copa Sul-Americana.

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