Relógio arco-íris leva cinegrafista a ser barrado em estádio, relata jornalista

(Foto: Reprodução)


Aconteceu mais um caso de na Copa do Mundo no Catar, segundo a jornalista inglesa Natalie Pirks, da BBC. Pelo relato da profissional, o cinegrafista que a acompanha foi barrado no estádio Al Bayt, em Al Khor, por usar um relógio com uma pulseira e o visor com as cores do arco-íris.

- Chegamos ao jogo da Inglaterra e meu cinegrafista, usando a pulseira arco-íris que seu filho deu, foi parado pela segurança e impedido de entrar. Claramente a mensagem da Fifa ainda não está sendo transmitida.

Cerca de dois minutos depois da postagem nas redes sociais, Pirks atualizou a situação, com a entrada permitida.

- Estamos dentro. Como crédito, os cataris criaram uma linha direta para equipes com problemas, o que eventualmente nos ajudou a passar pela segurança.

Casos de combate à bandeira arco-íris no Catar foram registrados nos primeiros dias de Copa do Mundo. No último domingo, em Estados Unidos x País de Gales, o jornalista americano Grant Wahl ficou cerca de meia hora "detido" por causa de uma camisa em apoio à comunidade LGBTQIA+. No mesmo jogo, a ex-jogadora galesa Laura McAllister foi barrada devido a um chapéu com as sete cores listradas. Até mesmo o jornalista brasileiro Victor Pereira foi abordado por conta da bandeira de Pernambuco que carregava nos arredores do Lusail, palco de Argentina x Arábia Saudita, na terça-feira.

O Catar recebe críticas pelo seu histórico de problemas relacionados aos direitos humanos - como no caso dos trabalhadores imigrantes e da posição do país sobre os direitos das mulheres e de pessoas LGBTQIA+. O país-sede tem leis LGBTfóbicas, e a violação de direitos preocupa ativistas relacionados à causa. O Código Penal do Catar proíbe a homoafetividade para homens e mulheres. Prevê, como pena máxima, até o apedrejamento.

Apesar de prever em seu estatuto, no artigo 3, a proteção dos direitos humanos, a Fifa tem evitado se posicionar sobre a questão. Entidades que lutam por direitos da população LGBTQIA+ esperavam que a Fifa pressionasse por uma reforma na lei do país, o que não ocorreu.

Globo Esporte

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