Sem coração para formar "cascudos", Leão promete vencer do seu jeito

Em 2004, Leão optou por um time, como ele mesmo chamou, de cascudos, com três zagueiros. Foto: João Neto/VIPCOMM/Divulgação

Em 2004, Leão optou por um time, como ele mesmo chamou, de "cascudos", com três zagueiros

Em setembro de 2004, Emerson Leão foi contratado pelo São Paulo para elevar o ânimo de um grupo ainda abalado pela eliminação na Libertadores. Optou por um time, como ele mesmo chamou, de "cascudos", com três zagueiros e marcadores do meio para a frente para evitar derrotas. Assim, formou a base da equipe campeã estadual, continental e mundial no ano seguinte. Agora, porém, esse caminho não é mais possível.

"O biótipo daqueles atletas não existe mais aqui dentro. Aquele íntimo feroz não tem mais. E não se faz cascudos sem o coração forte", declarou o técnico. Uma dura declaração que pode ter exatamente o efeito que a diretoria tanto quer, mexendo com o brio dos jogadores.Sempre adepto da filosofia de criticar publicamente para provocar seus comandados, o ex-goleiro insiste que técnica não é tudo na busca por vitórias. "Nossa virtude é a qualidade individual principalmente. Outra coisa boa é a juventude. Mas precisamos traduzir isso em resultado em campo, o que não estamos conseguindo."

Na prática, Leão ainda não desistiu de mandar a campo uma equipe baseada na garra e incessante perseguição para tomar a bola do adversário. No último coletivo antes de enfrentar o Vasco no domingo, com três na zaga, o treinador gritava para que seus comandados não aliviassem na marcação no campo de ataque. E é bom fazerem como ele quer.

"Eles são pagos para jogar do meu jeito e vão jogar do meu jeito", sentenciou Leão, com a "linha-dura" que convenceu o presidente Juvenal Juvêncio a trazê-lo com contrato inferior a três meses. "Reservando as particularidades, individualidades e qualidades de cada um, taticamente é como o treinador determina", insistiu o técnico.

Exigente, o ex-goleiro avisa que ainda não detectou todas as deficiências do elenco. Mas já cobra uma solução simples: vencer. "É muito pouco tempo para identificar muitos problemas, que ficarão entre nós, mas suficiente para começar a iniciar uma possível solução. Compete a eles a realização final da busca da solução, e solução sempre passa por vitória", simplificou o chefe.

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