Advogado de Cristiano culpa hacker por vazamento de acordo e diz que sexo foi consensual

(Foto: Reuters)


Um dos advogados contratados para defender Cristiano Ronaldo no caso de um suposto estupro ocorrido em 2009 em Las Vegas, nos Estados Unidos, Peter S. Christiansen emitiu um comunicado nesta quarta-feira explicando os argumentos da defesa.

O advogado de 49 anos culpou a ação de um hacker pelo vazamento do acordo de silêncio firmado entre o jogador e a americana Kathryn Mayorga, suposta vítima. No entanto, reiterou que a relação sexual foi "consensual".

- Esse acordo não representa de modo algum uma confissão de culpa. O que aconteceu foi simplesmente que Cristiano Ronaldo se limitou a seguir o conselho dos seus assessores no sentido de pôr termo às acusações ultrajantes feitas contra ele, a fim justamente de evitar então tentativas, como aquelas a que estamos a assistir agora, de destruição de uma reputação construída graças a um trabalho intenso, capacidade atlética e comportamento correto - explica um trecho do comunicado.

O acordo foi publicado em primeira mão pelo site "Football Leaks", mas foi a revista alemã "Der Spiegel" que investigou o caso e entrevistou a americana, trazendo à tona toda a polêmica. Entenda o caso na reportagem do "Fantástico":

Confira a íntegra do comunicado:

"Fui contratado para representar Cristiano Ronaldo na sequência de uma recente ação cível baseada em eventos supostamente ocorridos em 2009, e que culminaram com a celebração de um acordo, mediante o qual as partes renunciaram a quaisquer outros direitos. Atento o incumprimento desse acordo pela outra parte, bem como as acusações inflamadas que se foram sucedendo nos dias seguintes, Cristiano Ronaldo vê-se forçado a quebrar o silêncio, sendo certo que o dito acordo lhe autoriza uma 'reação proporcional' em caso de violação pela contraparte.

Para que não subsistam dúvidas: Cristiano Ronaldo nega veementemente todas as acusações constantes da referida acção cível, em coerência com o que tem feito nos últimos 9 anos.

Os documentos que supostamente contêm declarações do Sr. Ronaldo e foram reproduzidos nos media são puras invenções. Em 2015, dezenas de entidades (incluindo sociedades de advogados) em diferentes partes da Europa foram atacadas e os seus dados eletrônicos roubados por um criminoso cibernético.

Esse hacker tentou vender tal informação, e um meio de comunicação acabou irresponsavelmente por publicar alguns dos documentos roubados, partes significativas dos quais foram alteradas e/ou completamente fabricadas. Uma vez mais, para que não haja dúvidas, a posição de Cristiano Ronaldo sempre foi, e continua a ser, a de que o que aconteceu em 2009 em Las Vegas foi completamente consensual.

Cristiano Ronaldo não nega que aceitou celebrar um acordo, mas as razões que o levaram a fazê-lo estão, no mínimo, a ser distorcidas. Esse acordo não representa de modo algum uma confissão de culpa. O que aconteceu foi simplesmente que Cristiano Ronaldo se limitou a seguir o conselho dos seus assessores no sentido de pôr termo às acusações ultrajantes feitas contra ele, a fim justamente de evitar então tentativas, como aquelas a que estamos a assistir agora, de destruição de uma reputação construída graças a um trabalho intenso, capacidade atlética e correcção de comportamento. Infelizmente, vê-se agora envolvido no tipo de litigiosidade que é muito comum nos Estados Unidos.

Embora Cristiano Ronaldo esteja acostumado a ser objeto da atenção da mídia, inerente à circunstância de ser uma pessoa famosa, é absolutamente deplorável que meios de comunicação continuem a propagar e a estimular uma campanha intencional de difamação baseada em documentos digitais roubados e facilmente manipuláveis.

Cristiano Ronaldo mandatou os seus advogados nos Estados Unidos e na Europa para se ocuparem de todos os aspectos legais e manifesta plena confiança em que a verdade prevalecerá, não obstante o corrupio de contrainformação, e em que as leis de Nevada serão aplicadas e respeitadas."

Entenda a cusação de estupro

Kathryne Mayorga, de 34 anos, acusa CR7 de tê-la estuprado em um hotel de Las Vegas em 13 de junho de 2009, pouco antes dele se transferir para o Real Madrid. Mas a acusação só se tornou pública em 2017, depois que a revista alemã “Der Spiegel” publicou uma extensa reportagem sobre a acusação.

Na semana passada, o escritório de advocacia que defende Mayorga entrou com um pedido para reabrir as investigações do caso na Justiça do Condado de Clark, onde fica a cidade de Las Vegas, e a Justiça acatou. Agora, pouco mais de 9 anos depois, o caso volta para a Justiça de Nevada.

Em entrevista à revista alemã, Katheryne Mayorga disse que Cristiano Ronaldo ofereceu dinheiro pelo silêncio e ela assinou um acordo para encerrar o assunto. O craque, através das redes sociais, negou a acusação e disse que abomina estupro, e que não quer alimentar um espetáculo negativo em torno do nome dele e disse que está com a consciência tranquila.

Globo Esporte

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