McLaren deveria ter sido excluída, diz Max Mosley

Mesmo fora da FIA, o ex-presidente da entidade, Max Mosley, continua causando polêmica. O dirigente disse neste domingo que não era ditador, como muito se fala, e usou exemplos para comprovar sua teoria de que não era autoritário, como no caso de espionagem envolvendo McLaren e Ferrari.

Em 2007, a equipe inglesa recebeu uma multa de US$ 100 milhões (cerca de R$ 176 mi) e perdeu os pontos no Mundial de Construtores por usar de métodos ilegais para adquirir informações da rival. Mosley achou a pena muito leve.

"A única coisa segura teria sido excluí-los de imediato do campeonato de 2007 e também do de 2008. Mas excluí-los por 18 meses, com mais de mil funcionários, a situação teria sido terrível. A expulsão deles também teria destruído a grande luta do campeonato, que acontecia entre Lewis Hamilton, Kimi Raikkonen e Fernando Alonso", lembrou, acrescentando, porém, que seu desejo era a exclusão.

"Eu queria bani-los. Entendia as consequências. Mas eu estava em minoria e o Conselho optou por uma multa muito grande ao invés do banimento. A McLaren não recorreu. Mas, para mim, pessoalmente, o 'Spygate' e suas consequências marcaram uma nova era. A visão de que eu era muito agressivo e conflituoso talvez tenha chegado ao fim", completou Mosley em uma coluna do jornal The Sunday Telegraph.

Mosley falou ainda sobre o escândalo envolvendo a batida proposital de Nelsinho Piquet em Cingapura. Flavio Briatore, excluído do esporte após o caso, entrou na Justiça para poder voltar a ser dirigente no automobilismo e acusou o ex-presidente da FIA de aplicar tal pena por vingança.

"O que ele está dizendo é que o julgamento não foi adequado, mas ele se recusou a aparecer e negou a apelação. O fato é que ele sabe muito bem que ele é o culpado. E assim, vai para um tribunal francês, faz todos os tipos de acusações e tenta desviar a atenção de todos", rebateu Mosley.

Teto: Na coluna, o ex-presidente da FIA ainda atacou a Fota (Associação das Equipes de Fórmula 1) e voltou a defender o teto orçamentário que propôs no início do ano e quase fez com que as grandes escuderias deixassem a categoria.

"Nós éramos um dos poucos que haviam previsto os problemas de 2008 e nos preparamos. Sabíamos que seria tarde demais para qualquer nova equipe construir um carro para 2010, então publicamos os princípios do novo regulamento em meados de março. Só que a Fota disse que isso era um exemplo do meu "estilo autoritário". Sem dúvida, eles teriam preferido que não fizéssemos nada para que eles permanecessem em uma posição forte como sendo as únicas equipes da Fórmula 1", apontou Mosley.

"Mas do ponto de vista da FIA, dado o nosso dever de manter um grid completo, a recusa das equipes em discutir as regras para redução de custos e a incapacidade delas de oferecer garantias de participação, é difícil ver o que mais poderia ser feito", continuou.

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