Enquanto não matarem alguém não vão parar, diz Edmílson

O volante Edmilson relutou, mas acabou comentando as agressões de torcedores do Palmeiras sobre o atacante Vagner Love na última terça. Segundo ele, medidas drásticas para evitar estes incidentes só serão tomadas quando for tarde demais.

"É sempre assim. Enquanto as coisas ruins não acontecem, não se faz nada. E se o Vagner Love tivesse armado e o torcedor também, os dois com sangue quente? Enquanto não matarem alguém, não acontecer um desastre, isso não vai parar", apostou.

Nervoso, o experiente jogador afirmou que não aconselharia um colega que está atuando no exterior a voltar para o futebol brasileiro. "Há um contraste muito grande. Pessoas como eu, o Ronaldo, talvez o Roberto Carlos volte, têm história dentro da profissão. Conquistamos coisas em nove, dez anos, mas aqui só analisam três meses" reclamou.

"Tem ainda o negócio de Sindicato, que não protege nada, mas desconta da minha folha salarial. Não sei nem quem é o presidente do Sindicato de Atletas. Agora que eu falei, talvez apareça um monte de gente. É sempre assim", esbravejou o volante.

Quando perguntado sobre como reagiria se o Palmeiras colocasse segurança particular para proteger seus jogadores, Edmílson brincou e disse que seriam bem úteis. "Claro que eu gostaria. Se arrumarem três, melhor ainda. Segurança é bem caro", comentou o defensor, em tom irônico.

Apesar da visível revolta com as recentes agressões aos palmeirenses (antes de Love, o ônibus da delegação foi apedrejado na volta de Itu) e de recomendar seus colegas a ficarem longe do País, Edmílson não se arrepende de ter retornado ao futebol brasileiro.

"Não me arrependo. De decisões minhas, pessoais, não me arrependo de nada", assegurou, sem medo de ser a próxima vítima de agressores. "Não tenho receio nenhum. Desde a primeira vez que vim aqui sabia da minha responsabilidade e da pressão", concluiu.

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