Não me deram o valor que merecia na F-Indy, diz Barrichello

 Foto: Getty Images

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Rubens Barrichello completa 42 anos em 23 de maio de 2014. Durante mais da metade deste tempo, esteve atrás de um volante, pisando fundo no acelerador, correndo a velocidades que superam regularmente os 200 km/h. Fosse na Fórmula 1, na Fórmula Indy ou agora na Stock Car, Rubinho passou boa parte da vida correndo.

Mas não é apenas correr que Rubens Barrichello quer. Desde que voltou ao Brasil em 2013, quando trocou a Indy pela Stock, Rubinho começa a aproveitar melhor o tempo com a mulher, Silvana, e os filhos, Fernando e Eduardo. Em casa, consegue aproveitar melhor os momentos com a família para ver os filhos crescendo... E correndo!

Sim, os filhos de Rubinho e Silvana já correm. Dudu, 12 anos, inclusive venceu uma etapa da Copa São Paulo de kart, em março deste ano, no Kartódromo da Granja Viana, em Cotia (SP). Rubinho não pressiona os filhos para que sigam sua carreira, mas admite que olha com bons olhos que os dois venham seguindo sua trajetória nas pistas.

“Eles estão se divertindo. Eles têm total noção de que estão fazendo uma coisa que eles querem fazer, que não é alguma coisa que o papai falou para eles fazerem. Minha esposa fica ‘P’ da vida - a gente senta à mesa, e por mais que você tente mudar o assunto, o assunto está sempre voltado à velocidade. Para mim, é um orgulho muito grande”, comentou Rubinho em entrevista exclusiva ao Terra.

A volta ao Brasil ainda valeu a Rubens Barrichello uma novidade no currículo: a carreira como comentarista de Fórmula 1 da Rede Globo, iniciada em 2013. Ao lado do narrador Galvão Bueno e dos comentaristas Reginaldo Leme e Luciano Burti, Rubinho passeia com naturalidade no grid da F1, conversando com amigos de longa data – pilotos, chefes de equipes, mecânicos, engenheiros, comentaristas, dirigentes. E ele se diverte.

“Um dia vou filmar o Galvão aquecendo a voz, o Reginaldo aquecendo a voz, o Burti aquecendo a voz, e eu vendo toda aquela papagaiada - que com certeza tem fundamento, porque eu já testei tudo que eles fizeram, e a voz realmente aquece. Parece uma gaiola de louco”, brinca o piloto. “Graças a Deus, isso mostra ainda mais que, nos meus 19 anos, eu construí amizades, eu construí um campo legal que me dá essa possibilidade de entrar em qualquer terreno na Fórmula 1”, diz ainda.

Mas Rubinho sabe que nem tudo são flores no automobilismo. Ao longo de sua carreira, não foram poucas as vezes que foi alvo de críticas e comentários grosseiros por parte de fãs e até mesmo jornalistas. Mas pensa que ele liga? Em tantos anos, ele aprendeu a abstrair, a se blindar de críticas que são tudo, menos construtivas. “Eu não sou muito de ler internet e ficar vendo notícia, blog... Afinal de contas, é ali que as pessoas têm coragem de falar certas coisas. Essa pessoa que escreveu no blog certamente não tem coragem de, cara a cara, falar essas coisas”, assegura ele. “A pessoa que perde tempo e energia da vida dela para comentar alguma coisa de um outro é porque não está em paz consigo mesma”, ensina.

Após seu primeiro ano na volta ao Brasil, Rubinho tem motivos de sobra para comemorar. Um deles, porém, aconteceu por culpa de um monoposto: a vitória do amigo Tony Kanaan nas 500 Milhas de Indianápolis. “Assim que ele ganhou, ele falou: ‘eu testei aquele setup (acerto) que você queria testar, que eles não tinham deixado testar, e funcionou’. Então, tinha um pouquinho, 1% da minha mão ali, que foi muito legal. Com certeza, foi uma das maiores alegrias que eu tive no ano passado”, afirmou.

Terra

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