Brasil lamenta derrota doída: "era melhor ter perdido por dez gols"

Brasil foi eliminado do Mundial por derrota em jogo emocionante, mas que abalou o elenco. Foto: Reuters

Brasil foi eliminado do Mundial por derrota em jogo emocionante, mas que abalou o elenco

A Seleção Brasileira feminina de handebol, que sempre descia para os vestiários do Ginásio do Ibirapuera muito feliz, sorridente e até mesmo saltitante a cada vitória conquistada ao longo do Campeonato Mundial, estava inconsolável na noite desta quarta-feira. Logo depois da eliminação nas quartas de final para a Espanha com a derrota por 27 a 26, a maioria das jogadoras ainda chorava e lamentava o placar, definido nos lances finais de jogo.

Brasil e Espanha se alternaram na liderança do placar durante boa parte do segundo tempo. A vitória das europeias, porém, foi definida nos instantes decisivos: o time anfitrião desperdiçou um lance ofensivo no minuto decisivo, sofreu o 27º gol e não conseguiu forçar novamente o empate com menos de 20 segundos para o final do jogo. O sentimento do "quase" pesou nas atletas.

"É horrível essa sensação, não sei se é melhor perder por um ou por dez gols de diferença", desabafou a goleira Chana, que pouco pôde fazer para barrar o eficiente ataque espanhol. De acordo com os dados da Federação Internacional de Handebol (IHF), a camisa 1 do Brasil só conseguiu executar cinco defesas, em 20 vezes que foi exigida.

"Foi uma partida pau a pau, e por isso acaba sendo uma derrota muito doída. Só que nos faltou calma para arremessar", prosseguiu a pivô Dani Piedade. Quem estava visivelmente desconcertada com o placar era a armadora Deonise, que teve nesta quarta sua melhor atuação no Mundial - e inclusive foi eleita a melhor em quadra. "Nós demos bons espetáculos até aqui, foi uma pena não ter conseguido vencer a Espanha. É assim. Mas fizemos a torcida confiar em nós", acrescentou a gaúcha.

A ponta direita Alexandra foi menos crítica que Chana, mas soube entender as palavras da goleira. "Às vezes é muito menos dolorida essa sensação após uma derrota por dez gols. Mas temos que ver o lado positivo e avaliar a nossa evolução. Houve equipes que foram eliminadas nas quartas de final por cinco gols de diferença, e nós por apenas um. Isso demonstra o nosso crescimento", ponderou.

Tão abalado quanto as jogadoras, mas sem demonstrar a decepção, o técnico Morten Soubak tentou ser como Alexandra e ver pontos positivos na atuação brasileira. O dinamarquês inclusive acredita que a campanha de suas meninas no Mundial de São Paulo pode ser crucial para o crescimento da modalidade no País.

"Tentamos usar o Mundial em casa para levantar o nosso handebol. E sem dúvida, com a campanha que temos feito, sinto que o esporte passou a ser mais conhecido em todo o Brasil. Posso estar errado, mas sinto isso. Colocamos o handebol brasileiro no papel e na parede: temos e estamos bem", concluiu Soubak.

Eliminado da disputa pelo pódio, o Brasil agora tenta buscar ao menos a quinta colocação do Mundial. A Seleção encara na sexta-feira a Croácia, eliminada pela Noruega nas quartas de final, e no domingo deverá ficar cara a cara com a Rússia, que pega Angola.

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