No Irã, técnico de luta dos EUA fala em união para salvar esporte

















Zeke Jones (à esq.), técnico do time de luta dos EUA, disse que o esporte aproxima os dois países

Os arquirrivais Irã e Estados Unidos encontraram um ponto em comum na campanha para salvar a luta como um esporte olímpico. O técnico de luta olímpica americano, Zeke Jones, disse nesta terça-feira que o esporte é um importante "embaixador", sugerindo uma possível cooperação com os iranianos para combater a decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) de tirar a luta dos Jogos de 2020.

"A luta olímpico aproximou os povos do Irã e dos Estados Unidos", disse Jones, após chegar em Teerã, capital do país islâmico, onde sua equipe vai disputar um torneio internacional. Os lutadores americanos vão competir em eventos de estilo livre nesta semana, após o término dos evento de estilo greco-romano.

"Tenho certeza de que o mundo vai se unir pelo apoio à luta, e que isso vai mudar o ponto de vista do COI. Isso vai manter a luta na Olimpíada", afirmou Jones.

Na segunda-feira, dirigentes da luta olímpica americana formalizaram planos para criar um comitê responsável por trabalhar pela reinclusão do esporte nos Jogos. A luta foi retirada no início do mês do programa da Olimpíada de 2020 pelo conselho do COI, e agora precisa competir com outros esportes por uma vaga aberta no evento.

O Irã também declarou que pretende se unir às principais forças da luta olímpica para reverter a decisão do COI. Na última semana, a federação de luta iraniana e o comitê olímpico do país enviaram uma carta de protesto ao órgão internacional.

No Irã, a luta é o esporte nacional. Desde 1948, o país participa ativamente de eventos internacionais, e seus lutadores conquistaram muitas medalhas olímpicas. O Irã levou seis medalhas (com três ouros) na luta olímpica dos Jogos de Londres, enquanto os Estados Unidos conquistaram quatro (dois ouros).

Os Estados Unidos cortaram laços com o Irã após sua embaixada ter sido invadida na esteira da Revolução Islâmica de 1979, quando 52 cidadãos americanos foram feitos reféns por 444 dias. As tensões entre as nações também são altas por conta do impasse causado pelo programa nuclear iraniano, e por sanções americanas que afetaram a economia do país asiático.

A imprensa estatal do Irã divulgou de forma limitada a chegada dos lutadores americanos - um claro contraste à "festa" feita em 1998 para os primeiros lutadores dos Estados Unidos que competiram no Irã após a Revolução Islâmica. Equipes esportivas americanas raramente aparecem no Irã, mas os dois países frequentemente competem entre si em eventos internacionais.

Os Estados Unidos enviaram mais de 30 atletas para o Irã em um programa de intercâmbio esportivo lançado em 2007, e mais de 75 lutadores e treinadores iranianos visitaram o país americano.

Terra

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