Marco-zero do penta, Porto Alegre tenta reacender Seleção outra vez

Felipão, a seis dias da Copa das Confederações, tenta primeiro triunfo Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

Felipão, a seis dias da Copa das Confederações, tenta primeiro triunfo

A Seleção Brasileira vivia crise em agosto de 2001. O momento era muito mais delicado que o atual, inclusive. Em posição ruim nas Eliminatórias, duas trocas de treinadores recentes e, o pior, eliminada por Honduras na Copa América. Luiz Felipe Scolari mirou Porto Alegre para tentar reerguer a casa. Convencido por Felipão, Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, marcou o confronto com o Paraguai para o Estádio Olímpico. E tudo se concretizou com o triunfo por 2 a 0.

As semelhanças são muito grandes com o que pode ocorrer neste domingo, diante da França, a partir das 16h (de Brasília) na Arena do Grêmio. A Seleção e seu treinador voltam ao Rio Grande do Sul no último compromisso antes da Copa das Confederações e buscam afirmação. Os jogadores  brasileiros ainda perseguem vitória contra uma equipe campeã mundial, o que não ocorreu no ciclo dos últimos três anos. Não é muito diferente da situação particular de Scolari...

Na volta à Seleção Brasileira, ele disputou seis jogos e sua única vitória foi contra a Bolívia, ao nível do mar em Santa Cruz de la Sierra. Empatou com Chile, Rússia, Itália e, em dois jogos com a Inglaterra, perdeu um e empatou outro. Vencer antes da Copa das Confederações comprovaria a evolução que a Seleção apresentou no primeiro tempo contra os ingleses, há uma semana, no Maracanã. Mas com o resultado que falta até aqui.

A população gaúcha parece ter comprado a causa de Luiz Felipe Scolari e seus jogadores. De acordo com a CBF, todos os ingressos colocados à venda para a partida foram vendidos, o que indica um público de aproximadamente 53 mil torcedores. O último jogo da Seleção com casa 100% cheia em território nacional também foi em Porto Alegre, há quatro anos, diante do Peru pelas Eliminatórias.

A reviravolta que culminou em título mundial começou no Rio Grande do Sul
Mas vamos voltar a 2001, jogo que tem relação mais direta com o que será disputado neste domingo. Naquele ano, Felipão pediu que a partida fosse no Rio Grande do Sul. Buscava o apoio dos colorados, e também dos gremistas, claro. "Todos sentiram uma grande mudança. Os meios-fios estavam pintados de verde e amarelo, havia faixas em toda a cidade, os jornais abriam páginas conclamatórias", conta a biografia do treinador, A alma do Penta, escrita por Ruy Carlos Ostermann.

Nome mais importante da França, Benzema é esperança de gols para Deschamps Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

Nome mais importante da França, Benzema é esperança de gols para Deschamps

Além de Scolari, campeão da Libertadores em 1996, o Grêmio era representado em campo por Tinga, Eduardo Costa e Marcelinho Paraíba, destaques da equipe que acabara de conquistar a Copa do Brasil sob o comando de Tite. "Eu criei, assim, uma participação ainda maior do povo gaúcho", recorda Felipão em seu livro. O Paraguai não resistiu à atmosfera de pressão, perdeu por 2 a 0 e a Seleção, no caminho até a Copa 2002, cada vez mais cresceu a partir dali.

Para este domingo, Felipão também espera apoio. "Parece que ainda, por enquanto, sou bem quisto. Para o Grêmio e para o Inter. Lembram na Eliminatória de 2001? Estávamos em situação difícil, trouxemos um jogo e aqui começamos a dar os passos para o Mundial. Tenho boas amizades, tenho pessoas bem queridas que nos visitam. Sinto que aqui teremos uma unidade muito grande", declarou o treinador da Seleção.


Felipão praticamente repete equipe; França acumula problemas
Por se falar em unidade, é também nisso que o treinador aposta para colher a primeira vitória expressiva na volta ao cargo. Felipão anunciou que 10 dos 11 titulares diante da Inglaterra vão se repetir, e a exceção fica por conta da oportunidade a Marcelo no lugar de Filipe Luís. "Ele perdeu os dois quilos que precisava e precisa jogar um jogo desde o início e ver até que ponto aguenta", explicou.

Marcelo, que jogou mal no último amistoso, recebe chance na equipe Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

Marcelo, que jogou mal no último amistoso, recebe chance na equipe

Os franceses não estão lá muito bem. A eliminação na última Eurocopa, há um ano, não foi bem digerida, e a troca de treinadores surtiu pouco efeito. Saiu Laurent Blanc e entrou Didier Deschamps, ambos campeões do mundo em 1998, mas o time tem problemas. Perdeu a liderança das Eliminatórias para a Espanha dentro de Paris, venceu uma vez em 2013 e Karim Benzema não marca com a camisa do país há 12 partidas. Franck Ribéry puxa a fila de desfalques que tem Patrice Evra, Clichy e Samir Nasri, suspenso.

O Brasil deve ir a campo com: Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Paulinho e Luiz Gustavo; Oscar, Neymar e Hulk; Fred. Já a França com: Lloris; Debuchy, Rami, Sakho e Mathieu; Guilavogui; Valbuena, Matuidi, Cabaye e Payet (Giroud); Benzema.

Terra

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