Com "avenida" e sem pegada, Corinthians já vê caos defensivo com Mano

Mano foi humilhado em primeiro clássico desde que voltou ao Corinthians Foto: Fernando Dantas / Gazeta Press

Mano foi humilhado em primeiro clássico desde que voltou ao Corinthians

Espaços e mais espaços para um adversário com sede por vitória. Se era um time pegador e cauteloso com Tite, o Corinthians de Mano Menezes já mostra que a organização defensiva ficou para trás na virada do ano. Na noite de quarta-feira na Vila Belmiro, o Santos impôs um verdadeiro massacre contra os jogadores corintianos ao explorar as fragilidades dos visitantes. A maior goleada santista no clássico desde 1965: 5 a 1.

A análise dos dados Footstats mostra um Corinthians cada vez menos pegador e exposto. No último Campeonato Brasileiro, a média de desarmes era de 29,4 por jogo. Nas quatro primeiras partidas do retorno de Mano, esse índice desceu para 22,2. Diante do Santos, foi ainda mais baixo: apenas 21 roubadas de bola. 

Sem tanta marcação, mais trabalho para os defensores. Ao perceber a situação favorável, o Santos explorou com propriedade o lado esquerdo de seu ataque. Sem a proteção de um jogador de frente no setor, o lateral corintiano Diego Macedo foi engolido pelo ataque santista. Todos os cinco gols do time de Oswaldo de Oliveira passaram por lances no setor mais vulnerável do Corinthians. 

O mapeamento de setor do Footstats reforça a "avenida" formada pelo lado direito da defesa do Corinthians e explorado pelo Santos. Foram 56% dos dribles santistas pelo corredor esquerdo contra 37% pelo oposto. Já em posse de bola, 44% do tempo santista também foi pelo lado esquerdo contra 33%  de lado direito explorado. 

Do ponto de vista do Corinthians, a mudança de mentalidade com Mano atrás de um estilo mais ofensivo ainda trouxe poucos reflexos. São quatro gols em quatro jogos em 2014 e sequer o número de finalizações aumentou: no último Brasileiro, marcado justamente pela seca, eram 16,4 conclusões por jogo. Com Mano, são 14,5 tentativas, e na Vila Belmiro foram nove finalizações.

"A equipe tinha um sistema defensivo muito sólido e tomava poucos gols, mas pagava um preço na parte ofensiva. A primeira modificação que fizemos foi no sentido de criar mais, mas não pode se desorganizar como se desorganizou para fazer mais gols. Não existe mágica, tem que achar o ponto de equilíbrio. Não podemos ser vulneráveis como fomos contra o Santos", disse Mano após o jogo.

Terra

Comentários