Crise em clube paulista gera briga, boletim de ocorrência e abandono

A fase ruim de um time na Série A3 do Paulista acabou na delegacia. Em crise e quase rebaixado para a quarta divisão do Campeonato Paulista, o Tupã foi palco de uma briga entre um jogador e a diretoria. O conflito envolveu o volante Edilson Azul e Gilson Menezes, casado com a presidente do clube, Fabiane Bizu. Em entrevista ao UOL Esporte, o atleta e a mandatária confirmaram o desentendimento, que resultou na saída de Edílson da equipe. 

A briga ocorreu na última sexta-feira, véspera da partida contra o Flamengo de Guarulhos, válida pela 18ª rodada do campeonato -- o Tupã perdeu por 1 a 0 e segue na zona de rebaixamento, com 18 pontos, à frente apenas de Santacruzense e Francana.

Segundo eles, o conflito veio à tona antes do treinamento. Na ocasião, alguns atletas, liderados por Edilson, se recusaram a subir ao gramado por conta do atraso dos salários. Fabiane, na ocasião, chegou a dizer que, por isso, o jantar não seria servido. "Você acaba falando as coisas na raiva e depois se arrepende de ter dito, mas foi exatamente isso que aconteceu", disse a dirigente.

Já Edilson confirma que liderou a reunião com os atletas. Segundo ele, parte dos salários de fevereiro estão atrasados, além de todos os vencimentos de março. "Nós jogadores decidimos não treinar e nem jogar se eles não nos pagassem", disse.

A presidente, no entanto, nega os atrasos. "O salário que é de contrato da federação está tudo certinho, está pago. O que nós estamos terminando de pagar é o direito de imagem", frisou Fabiane, que garantiu que tudo estará certo até o próximo dia 18.

O volante do Tupã também se defende em relação à briga. De acordo com ele, Gilson Menezes deu início ao conflito quando pensou que a conversa do grupo com os dirigentes estava sendo gravada. "Ele chegou todo alterado perguntando quem estava filmando e quem estava agitando as coisas ali no clube. Ele não deixou ninguém responder, veio pra cima de mim e já me deu um soco no peito. Eu me defendi e revidei", explicou.

"Acabou havendo uma agressão física. O atleta Edilson Azul fez um barulho. Inclusive ele já havia faltado com respeito com o Gilson no jogo contra o Grêmio Osasco (derrota por 2 a 1). Toda a diretoria está chateada pelo fato. Todos os jogadores acabaram ficando chateados, nós nos abraçamos pedimos desculpas uns aos outros", disse Fabiana.

"Eu fiz um B.O (boletim de ocorrência) na delegacia. Ele (Gilson) fez também, como se fosse eu o agressor, como se eu tivesse causado toda esta situação", rebate Edilson, que deixou o clube após a briga, mesmo com o término do contrato previsto para 1º de junho deste ano. "Eu não volto para o Tupã, não tem clima mais. Você acha que se os salários não estivessem atrasados os jogadores iam fazer tudo isso?". indagou.

Ainda há esperança

O rebaixamento do Tupã pode ocorrer neste domingo. Isso ocorrerá se Cotia, Itapirense e Rio Preto vencerem São José, Francana e Santacruzense, respectivamente. Se escapar nesta rodada, o Tupã só terá mais uma chance para fugir do descenso. Na última rodada, o time enfrenta o Sertãozinho fora de casa. Além de vencer a partida, será preciso torcer para dois adversários diretos perderem.

"Nós estamos na zona do rebaixamento e aqui a torcida é apaixonada. A situação fica difícil. Os atletas sabem da responsabilidade, a diretoria sabe da responsabilidade. É uma cobrança em cima da outra. O futebol te proporciona muitas alegrias, mas também muitas tristezas", finalizou Fabiana.

UOL Esporte

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