RJ tem plano de R$ 31 mi para limpar Guanabara. Mas só após teste olímpico

(Foto: Fabio Teixeira / Agencia O Globo)














Depois de suspender os programas de limpeza da Baía Guanabara e frustrar-se com a recusa da família Grael a assumir o trabalho, o governo do Rio de Janeiro já tem um novo plano para garantir que a raia olímpica de vela tenha condições de sediar competições nos Jogos de 2016. A SEA (Secretaria Estadual do Ambiente) lançou no início do mês uma licitação para contratar uma empresa responsável pela implantação de um sistema de coleta de lixo que chega à baía por rios. O problema é que esse sistema só deve estar em pleno funcionamento depois do evento-teste de vela agendado pelos organizadores da Olimpíada para agosto deste ano.

O plano prevê a reativação e melhoria das chamadas ecobarreiras. Esses equipamentos são redes que ficam na foz dos rios que desaguam na Guanabara impedindo que o lixo jogado nesses rios acabe sujando a baía.

Para evitar que o lixo acabe atrapalhando as competições olímpicas de vela durante a Olimpíada, o governo planeja construir 17 novas ecobarreiras na chegada de rios à Guanabara. Todas elas devem custar R$ 31,2 milhões –o valor é o custo de referência da licitação.

As novas ecobarreiras devem substituir equipamentos antigos semelhantes, instalados anos atrás e já desativados. As barreiras antigas foram consideradas ineficientes pela própria SEA já que não tinham manutenção adequada nem contavam com um mecanismo para a coleta do lixo retido.

Os novos equipamentos serão mais resistentes. Também contarão com um aparelho mecânico para retirada do lixo preso nas barreiras. Acontece que nem todos eles estarão funcionando no segundo evento-teste de vela já programado pela organização da Rio-2016.

O evento acontecerá de 15 a 22 de agosto, um ano antes da Olimpíada. A licitação lançada pela SEA, entretanto, prevê que a empresa contratada pelo governo tenha seis meses para implantar as novas ecobarreiras na Guanabara.

Interessadas em prestar o serviço ao Estado têm que entregar uma proposta para o trabalho ao governo no início de maio. Caso a licitação seja concluída em junho, todas as ecobarreiras planejadas para manter a baía limpa na Rio-2016 estariam funcionando só em dezembro.

Condições mínimas garantidas

A SEA informou, porém, que as ecobarreiras mais fundamentais para a limpeza da Guanabara durante o evento-teste de vela estarão prontas em agosto. Questionada sobre quantas e quais são essas barreiras, a secretaria não respondeu.

Ela, contudo, ratificou que haverá condições para as regatas-teste na data programada para elas. Segundo o órgão, uma força-tarefa para limpeza da Guanabara deve ser lançada nas vésperas das competições para garantir que elas sejam realizadas sem problemas.

O presidente da CBVela (Confederação Brasileira de Vela), Marco Aurélio Sá Ribeiro, confirmou que iniciativas estão sendo pensadas especificamente para o teste da Rio-2016. Segundo ele, barcos projetados para coleta de lixo flutuante, os chamados ecobarcos, voltarão a circular na baía por causa da competição.

Em agosto do ano passado, os ecobarcos e as ecobarreiras antigas asseguraram a realização do primeiro evento-teste de vela da Olimpíada. Após o encerramento das regatas, o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio-2016 declarou que a competição foi um sucesso.

Carlos Nuzman, presidente do Comitê Rio-2016, já afirmou que está seguro de que a Baía de Guanabara estará em plenas condições para receber regatas na Olimpíada e seus testes. Ribeiro, da CBVela, disse que a baía está pronta para os Jogos. "Há zero problema na baía como um local de competição."

Ribeiro só lembrou que a promessa olímpica de despoluição da baía não será cumprida, apesar disso não ter impacto no uso esportivo da Guanabara. O governo havia comprometido-se em tratar 80% do esgoto que é despejado no local. A própria SEA já reconheceu que isso não será feito até a Olimpíada de 2016.

UOL Esporte

Comentários