Sem contrato, Benazzi justifica saída do Bafo: não existia proposta salarial

(Foto: Gabriel Lopes / Comercial FC)


Poucas horas após a diretoria do Comercial anunciar a demissão do técnico Vagner Benazzi, o treinador, por meio de sua assessoria, expôs outra versão sobre seu desligamento do clube. A história teria sido iniciada na sexta-feira, quando Benazzi foi a Ribeirão Preto a pedido do presidente Brenno Spinelli para ajudar o Bafo na Série A3.

Mesmo sem um acordo firmado - sem acertar um acordo salarial e assinar contrato -, que teria de ser feito com a presença do seu empresário, Benazzi aceitou dirigir o time pela amizade que tem com o cartola comercialino, esperando que valores e vínculo fossem definidos na segunda-feira, um dia após a partida - a goleada sobre o Guaratinguetá por 5 a 1.

Nessa segunda-feira, Benazzi, sem uma proposta fixa de salário, decidiu que não retornaria ao Comercial. Entendendo que o clube queria uma prestação de serviço "na base da amizade", ele anunciou o desligamento.

- O Brenno disse que não teria condições de me pagar e que eu seria remunerado com uma premiação em caso de acesso. Infelizmente não posso correr este risco, tenho minha família e minhas contas para pagar como todos - declarou o treinador, afirmando que a expectativa era seguir na Série A3, mesmo não recebendo também os valores relativos à gestora Lacerda Sports, refazendo a entrevista concedida no domingo.

A reportagem do GloboEsporte.com entrou em contato com o presidente Brenno Spinelli. Ele não quis se pronunciar sobre a informação passada por Benazzi. Questionado se realmente não existia um valor de salário estipulado, o cartola desconversou, mas em momento algum cravou que existia, sim, uma proposta de remuneração assinada em carteira de trabalho ou por meio de contrato.

- O Comercial não teria condições de pagar um salário pré-determinado para ele. A princípio estava tudo bem, mas teve aquela manifestação e tudo isso acabou sendo irrelevante. O Benazzi é um grande profissional, competente, foi uma tentativa nossa de ter um treinador competente. Bola para frente - comentou o presidente, dizendo superficialmente que existiria uma remuneração, mas sem estender às condições que ela seria efetuada.

Chegada e saída

Vagner Benazzi se apresentou ao Comercial na última sexta-feira. Comandou dois treinamentos e, com auxílio da comissão técnica e da própria diretoria, dirigiu o time na goleada sobre o Guaratinguetá, por 5 a 1, em Limeira.

Na saída do gramado, Benazzi declarou que não dirigiria o time na quarta-feira caso um valor que ele cobra na Justiça - que ele recorre em segunda instância, já que perdeu a primeira -, referente à passagem que teve pelo Leão do Norte em 2014, fosse quitada.

- O Brenno está falando que o caixa que está zero. Se o caixa está zero, não vou ficar. Se tudo der certo, posso estar no banco de reservas, em Ribeirão Preto. Essa é minha ideia. Mas para isso, tem que acertar algumas coisas que ficaram não entendidas - disse.

Presidente irritado

A entrevista de Vagner Benazzi não foi bem recebida por diretores e torcedores do clube. Ao ter um feedback, o presidente Brenno Spinelli declarou, na segunda-feira, que era a vez do clube decidir se a permanência do treinador seria benéfica ou não.

- Vamos avaliar a situação, os efeitos que essa polêmica causou no clube. Vamos analisar se é interessante a manutenção dessa contratação. Se for para ser harmônica, edificante, vamos mantê-lo. Se for conturbada e com desavenças, não vamos mantê-lo. O Comercial não se submete a nenhum tipo de pressão - declarou.

Globo Esporte

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