Depois da Copa, Brasil só não é melhor que dois gigantes do futebol

A Copa do Mundo acabou e deixou um efeito avassalador para o Brasil, que viveu o maior vexame de sua história. Três meses depois, a seleção brasileira mostra mais resultados que todos os outros gigantes. Na verdade, quase todos. Exceção feita a Itália e Inglaterra, nenhum dos outros campeões mundiais ganhou tanto como o time de Dunga.

O Brasil, como se sabe, soma quatro vitórias em quatro jogos. Triunfos por 1 a 0 contra Colômbia e Equador, um 2 a 0 contra a vice-campeã mundial Argentina e o show de Neymar no 4 a 0 contra o Japão. É mais que quase todas as seleções de peso atuais, se forem somados números, força dos rivais e repercussão das atuações. 

Itália e Inglaterra, igualmente, somam quatro vitórias, mas amealham mais críticas às suas atuações que a seleção brasileira. A França, que têm agradado em amistosos, teve um único tropeço depois do Mundial, e fecha a lista das potências em alta – a Argentina entraria aqui se não tivesse perdido para o Brasil, um confronto direto importante.  

Espanha, Uruguai e Portugal, que não fizeram grande papel na Copa, seguem decepcionando. Alemanha e Holanda, por sua vez, surpreendem negativamente, logo depois de terem ido tão bem no Mundial.

Veja abaixo a situação de cada uma dessas seleções:

Inglaterra
Venceu Noruega, Suíça, San Marino e Estônia sem sofrer nenhum gol. O histórico, porém, pesa contra. A imprensa trata o time com ceticismo e pessimismo, acostumada nas últimas décadas a empilhar desilusões com gerações mais promissoras. Pesa contra o time a falta de um rival de peso: o melhor adversário foi a Suíça, que parou nas oitavas da Copa.

Itália
Como a Inglaterra, venceu os quatro jogos que fez: Holanda, Noruega, Azerbaijão e Malta. O problema foi a forma. Nos dois últimos, especialmente, apostou em demasia em um futebol pouco criativo que abusou de bolas aéreas. Tudo a ver com o histórico da seleção, mas pouco com o projeto de jogo mais moderno que se tenta implantar desde 2008.

França
Em termos de performance, é a seleção que mais agrada na Europa. Bateu dois grandes (Espanha e Portugal, além da Armênia) e só tropeçou na Sérvia, sempre em amistosos ? país-sede da Euro, não disputa as Eliminatórias. Depois de cair só nas quartas da Copa, está nas graças da crítica e aponta como uma das favoritas para 2016.

Uruguai
Depois da Copa turbulenta, venceu três dos quatro jogos que fez, sempre contra times fracos (Japão, Coreia, Arábia Saudita e Omã). Em franca renovação, abandonou veteranos e só contou com Suárez nos dois últimos jogos. De olho na Copa América de 2015, ainda não convenceu de que pode voltar a figurar entre as maiores potências.

Argentina
Vice-campeã mundial, começou o pós-Copa avassaladora, fazendo 4 a 2 na Alemanha sem Lionel Messi. Depois, perdeu do Brasil de forma categórica. Agora, Messi fala em necessidade de títulos e no processo de adaptação ao novo técnico, que por sua vez promete uma nova chance a Carlitos Tévez. Como diz o próprio Messi, precisa se testar em competições.

Alemanha
Sinal de alerta ligado. Algumas aposentadorias e muitas lesões atrapalharam o time, que só venceu um de seus quatro compromissos (perdeu de Argentina e Polônia, empatou contra a Irlanda e venceu a Escócia). A mídia cobra melhores substitutos para Lahm e se preocupa que os reservas do meio-campo campeão (Gotze, Draxler e Bellarabi) sejam jovens demais.

Espanha
A "Fúria" está definitivamente em crise. Não se convenceu do novo atacante (Diego Costa), está insatisfeita com o goleiro e capitão (Casillas) e não está lidando bem com a renovação. Só bateu as "babas" Macedônia e Luxemburgo e perdeu de França e Eslováquia, essa última quebrando uma invencibilidade de oito anos nas Eliminatórias da Euro.

Holanda
Três meses depois do novo técnico assumir, já há quem peça a cabeça de Guus Hiddink, que perdeu três dos quatro jogos que fez (Itália, República Tcheca e Islândia). Robben pediu mais humildade ao time, que passa por renovação e sofre para se acertar. Cenário bem diferente daquele de três meses atrás, quando o time ainda sonhava com o sonho da primeira Copa.

Portugal
A seleção do melhor jogador do mundo sofre muito desde a Copa. Logo no primeiro jogo, perdeu em casa da Albânia e trocou às pressas de treinador. Nos últimos dias, perdeu a França e suou para vencer a Dinamarca. Há quem tema pelo futuro na Euro e a imprensa registra que o grupo está rachado - o que fez Cristiano Ronaldo entrar em guerra com a mídia de seu país.

UOL Esporte

Comentários