Leste Europeu volta a ganhar espaço na seleção com Dunga, como há 8 anos

V. Love, então no CSKA, foi 1º atacante da era Dunga, desbravadora do Leste Europeu














O Leste Europeu entrou na vida da seleção brasileira pelas mãos de Dunga, em 2006, quando a constelação verde-amarela, de ressaca pelo fiasco na Copa, precisava de renovação. Oito anos e muitas mudanças depois, aquele pedacinho antes esquecido do Velho Continente segue prestigiado sob o mesmo chefe que o consagrou.

Na lista divulgada na última quinta (23) para os amistosos contra Turquia (12/11, em Istambul) e Áustria (18/11, em Viena), Dunga listou quatro jogadores que atuam no Leste Europeu: Luiz Adriano e Douglas Costa (Shakhtar), Rômulo (Spartak Moscou) e Mário Fernandes (CSKA Moscou).

É o maior contingente desde que ele reassumiu a seleção, de novo após um fiasco. Da primeira vez, Dunga recebeu um time que se vendia como uma das maiores atrações da Terra, com estrelas espalhadas pelos principais clubes do globo. Depois de se acostumar com Ronaldinho, Ronaldo e Kaká, o torcedor brasileiro viveu uma mudança drástica quando o técnico apostou em jogadores do CSKA Moscou e do então desconhecido Shakhtar Donetsk.

Dudu Cearense, Daniel Carvalho, Vagner Love e Elano não eram desconhecidos do público brasileiro, mas estavam fora dos principais centros do futebol europeu. Era uma novidade. Nos quatro anos anteriores, sob a gestão de Carlos Alberto Parreira, as maiores concessões que a seleção fez foram à Turquia, cujo Fenerbahçe emplacou Alex e Fábio Luciano em alguns jogos, e ao Japão, com Dudu Cearense fazendo a estreia (e mais nada) no time principal quando estava no Kashiwa Reysol.

Na gestão de Dunga, a experiência não durou muito. Os três primeiros, do CSKA, foram abandonados no caminho, enquanto Elano migrou para centros maiores. Ainda assim, a semente foi plantada, e em um tempo em que Shakhtar e companhia ainda não ocupavam espaços nobre na Liga dos Campeões – embora já beliscassem taças como a da Liga Europa.

Com Mano, o Leste Europeu virou uma constante e motivou críticas ao treinador. Em seus dois anos de comando, o hoje comandante do Corinthians colocou oito jogadores de clubes do Leste Europeu em campo: o Shakhtar cedeu três, o Dinamo de Kiev dois, e Rubin Kazan, Dnipro e Zenit um cada.

A presença de jogadores como Jadson, Fernandinho e Hulk como titulares colocou Mano no alvo de quem criticava desde a sua visão como treinador até sua relação com o empresário Carlos Leite. Em 2014, alguns dos nomes lançados por ele acabariam disputando a Copa do Mundo.

"Enxergar antes no Brasil é um problema. É um grande problema. Porque as pessoas te culpam pela culpa que deveriam ter. Elas que são as culpadas por não conhecerem determinados jogadores brasileiros que atuam pelo mundo", disse Mano Menezes, em entrevista recente ao UOL Esporte.

Felipão, diga-se, não seguiu o modelo de Mano e Dunga à risca. Em toda a sua passagem, só levou Hulk (Zenit) e Bernard (Shakhtar), jogadores que já haviam se consolidado antes de migrarem para o Leste Europeu. Wilian e Fernandinho, oriundos da região, só ganharam chances quando chegaram na Inglaterra.

Com Dunga, as portas estão abertas novamente. Por enquanto, só Mário Fernandes entrou em campo. Contra Turquia e Áustria, no entanto, Rômulo, Luiz Adriano e Douglas Costa também devem ter suas chances, completando o ciclo que o próprio treinador iniciou. 

UOL Esporte

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