Próxima casa da seleção, Cingapura tem estádio de R$ 3,4 bi e pouco público














Cingapura também é palco de uma etapa do calendário da Fórmula 1. No futebol, dificuldade é atrair público

O estádio em que a seleção brasileira vai jogar contra o Japão na próxima terça-feira (14) diz muito sobre Cingapura. Inaugurado em 2014, o National Stadium custou US$ 1,8 bilhão (R$ 3,4 bilhões), segundo o jornal local "Today". O aparato tem capacidade para 55 mil espectadores e o maior teto retrátil do planeta. É um país rico, com o quarto maior centro financeiro do planeta e construções enormes. O problema é a popularidade: a liga local tem média de 1,2 mil espectadores por partida.

O jogo entre Brasil e Japão faz parte de um projeto de Cingapura para tentar popularizar o futebol em âmbito local. A seleção comandada por Dunga desembarcou no país no último domingo (12), foi recebida por cerca de 300 torcedores e causou furor – sobretudo Kaká, que a exemplo da China é o brasileiro mais badalado. Os ingressos para o amistoso de terça-feira (14) tinham preço entre R$ 43 e R$ 345, mas já estão esgotados.

O National Stadium manteve o nome e o terreno, mas foi fechado em 2007 e demolido em 2010 (esse longo ínterim deve-se à crise econômica que assolou o planeta no período). A construção acabou em abril de 2014, e o primeiro jogo de futebol foi um amistoso entre a Juventus e a seleção de Cingapura.

O estádio tem conceito ecologicamente correto – a administração diz que o consumo de energia do aparato, por exemplo, é apenas 15% da média de uma construção desse porte. A estrutura conta com um teto retrátil de 312 metros, que é o maior do planeta, e pode ser adaptada a diferentes modalidades esportivas ou para shows musicais.

Até aqui, o único jogo de futebol no estádio foi o amistoso entre Juventus e Cingapura. Depois de Brasil x Japão, o local receberá ainda em outubro de 2014 um torneio de tênis da WTA e um show da cantora Mariah Carey.

O problema em Cingapura não é a estrutura, mas a falta de público. A S League, principal competição local de futebol, é disputada desde 1996 e tem 12 clubes. O jornal "Today" descreveu recentemente uma campanha intensa para ampliar a média de público do torneio, e o resultado desse projeto foi um incremento de 932 para 1,2 mil pessoas por jogo entre 2012 e 2014.

"Cingapura tem uma população de 5,3 milhões de pessoas, com mais de um milhão de estrangeiros. Nosso desafio é levá-los aos estádios", disse ao jornal o CEO da S League, Lim Chin.

Em busca de popularidade, a S League recorre constantemente a times estrangeiros. Entre os 12 participantes de hoje há uma equipe de Brunei, uma da Malásia e uma filial do Albirex Niigata (Japão). Em anos anteriores houve clubes oriundos da China, da Coreia do Sul e até da França.

UOL Esporte

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