Pilotos e times da F1 devem seguir regras até nas férias. É o "cessar-fogo"

(Foto: Hoch Zwei/Reuters)















Auge do verão europeu, o mês de agosto é tradicionalmente de férias para a Fórmula 1. Mas nem sempre foi assim. Mesmo que o calendário de provas desse uma trégua, as equipes costumavam trabalhar a pleno vapor há alguns anos, até que foi introduzida oficialmente a pausa do desenvolvimento dos carros.

São duas semanas em agosto em que parte das equipes é proibida de trabalhar, como em um cessar-fogo, como explica o diretor técnico da Mercedes, Paddy Lowe.

"Fechamos a fábrica. Para respeitar o regulamento, temos de parar de trabalhar por duas semanas e não podemos realizar nenhum trabalho de desenvolvimento do carro. É um sistema muito bom, que foi introduzido há cerca de cinco anos: ele serve para economizar dinheiro, o que é seu principal propósito, mas também chega em boa hora", opina o engenheiro, que começou na Williams, em 1987, e viveu uma época na F-1 em que não havia quaisquer restrições ao trabalho das equipes.

"Antigamente, o trabalho na F-1 era cíclico, havia momentos em que trabalhava mais e outros mais tranquilos. Agora é direto, o ano todo. Então ter essas duas semanas, que funcionam como uma espécie de cessar-fogo, é fantástico para que as pessoas possam ter férias de verdade e desligar do trabalho. A F-1 tem a tradição de atrair pessoas viciadas em trabalho e suas famílias sofrem."

Lowe, contudo, garante que não é um deles – e não tem vontade de ir para o escritório durante a pausa de olho em alguma vantagem na pista. "Não sou dessas pessoas que têm problemas em tirar férias. Amo meu trabalho. Dou 110% quando estou trabalhando. Mas se me derem um dia de folga, fico feliz em usá-lo totalmente e não me sinto tentado a trabalhar. É um bom período para pensar – e talvez isso seja bastante valioso."

Mesmo com a parte de desenvolvimento dos carros congelada, outras atividades são permitidas. "O fato de não poder haver desenvolvimento não quer dizer que a fábrica é fechada. As pessoas que fazem funções auxiliares, como a parte de negócios e marketing, continuam trabalham. Além disso, a parte da infraestrutura também pode ser trabalhada. Então se você tem máquinas que precisam de alguma alteração ou de troca, esse é um bom momento."
O que também está fora do controle é o desenvolvimento que ocorre em empresas terceirizadas, que seguem trabalhando. Freios e combustível, por exemplo, não são desenvolvidos pelas equipes.

Segundo as regras, cada time pode escolher o momento em que 'fecha' a fábrica dentro do mês de agosto, e normalmente as datas escolhidas são entre a segunda e terceira semanas. Isso, para não atrapalhar a preparação para a etapa seguinte, que será realizada na Bélgica, dia 23 de agosto.
"Nada muda porque, efetivamente, é como se tivéssemos duas semanas de trabalho entre as corridas. Então os carros são desmontados nesta semana e remontados no início da semana do GP da Bélgica", explica Lowe.

UOL Esporte

Comentários