Fifa finaliza processo marcado por denúncia, polêmicas e suborno

Ao ser perguntado se o Morumbi estava realmente descartado, o presidente da CBF não quis responder e deixou a sala de imprensa. Foto: Rahel Patrasso/Futura Press

Presidente da CBF, Ricardo Teixeira, sofreu acusações em meio a processo de escolha de sedes

Não foi um processo tranquilo, como a Fifa gostaria. A primeira vez em que a entidade decidiu pela escolha simultânea de sedes de Copas do Mundo diferentes será marcada por acusações, denúncias e afastamentos. Sejam quais forem os países escolhidos para receberem os Mundiais de 2018 e 2022, ficará a lembrança das polêmicas.

Nesta quarta-feira as candidatas para a Copa que será disputada daqui 12 anos farão suas apresentações em Zurique, na Suíça. Na quinta, será a vez das aspirantes a 2018 e, posteriormente, o esperado anúncio, marcado para às 13h (de Brasília).

Os problemas da entidade começaram quando o jornal inglês The Times divulgou uma gravação em que dois membros executivos da entidade pediam suborno em troca de votos nas eleições. O escândalo resultou nas quedas do nigeriano Amos Adamu e do taitiano Reynald Temarii.

Ainda em outubro, o jornal inglês Daily Mail publicou um suposto esquema de troca de votos entre Espanha/Portugal, candidata a 2018, e Catar, na briga por 2022. A suspeita sobrou para, entre outros, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira.

O brasileiro ainda seria um dos pivôs de outra acusação, desta vez feita pelo jornal suíço Tages-Anzeiger. A publicação disse que, além de Teixeira, Nicolás Leoz (presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol, Conmebol) e Issa Hayatou (presidente da Confederação Africana de Futebol, CAF) estariam envolvidos em uma lista secreta de pagamentos da agência de marketing ISMM/ISL.

A empresa em questão faliu em 2001 em meio a polêmicas sobre subornos pagos em contratos de TV e a CBF alegou que o assunto é antigo, e já solucionado.

A emissora inglesa BBC, porém, fortaleceu a denúncia, mas ao mesmo tempo pode ter enfraquecido a candidatura inglesa. Nos bastidores, teme-se que o país perca votos por conta da postura agressiva da imprensa nacional em relação à Fifa.

Para aumentar o clima de instabilidade, o primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, disse que não irá a Zurique defender a candidatura do país por já ver o pleito como decidido. "Nada vai fazer diferença agora. Quem já se decidiu, se decidiu", disse. O governante tem razão quanto ao voto dos três representantes da América do Sul, que já manifestaram apoio à candidatura Portugal/Espanha.

Encenação ou não, a primeira apresentação, começa às 11h (de Brasília) com a Austrália, que tenta levar a Copa pela primeira vez ao país. O mesmo acontece com Catar (2022), Rússia, Portugal e Bélgica/Holanda. Os 22 membros do comitê-executivo terão a última chance de tirarem suas dúvidas.

Veja o cronograma de apresentações.

Quarta-feira (1/12) - candidatas a 2022
11h Austrália
12h Coreia do Sul
13h Catar
14h Estados Unidos
15h Japão

Quinta-feira (2/12) - candidatas a 2018
6h Bélgica/Holanda
7h Espanha/Portugal
8h Inglaterra
9h Rússia
13h Anúncio das sedes de 2018 e 2022

Obs: Todos horários de Brasília

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