Cinco anos após Rio virar sede olímpica, cinco promessas abandonadas














Há cinco anos: cariocas celebram escolha do Rio com sede dos Jogos de 2016

Na mira da Justiça, campo de golfe da Olimpíada vira tabu em visita do COI
A escolha do Rio de Janeiro para sede da Olimpíada de 2016 completa exatos cinco anos nesta quinta-feira. No dia 2 de outubro de 2009, a capital carioca venceu seis concorrentes, incluindo Chicago e Madri, e foi anunciada como a primeira cidade olímpica da América do Sul, numa cerimônia em Copenhagen, na Dinamarca.

De lá para cá, um plano ambicioso para uma verdadeira transformação do Rio e do esporte brasileiro foi posto em execução. Uma parte desse plano, no entanto, já foi abandonada. Confira abaixo cinco promessas feitas por causa da Rio-2016 e que não serão realizadas até o início do Jogos, em 5 de agosto de 2016.

Vale lembrar que, apesar dos abandonos, o COI (Comitê Olímpico Internacional) informou na quarta-feira (1) que está muito satisfeito com o que será entregue pelo Rio e o Brasil até a Olimpíada. De acordo com o diretor executivo do comitê responsável pelos Jogos Olímpicos, Christophe Dubi, os compromissos assumidos serão cumpridos e o legado será "excelente". O prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse inclusive que o que será entregue será maior do que havia sido prometido.

Transbrasil

Entrega do corredor de ônibus foi adiada
A Prefeitura do Rio de Janeiro planejou construir uma nova rede de transporte público na cidade até a Olimpíada de 2016. Um pedaço importante dessa rede seria formado pelo BRT TransBrasil, um corredor de ônibus expressos ligando o bairro de Deodoro ao centro da cidade. A obra bilionária, entretanto, ainda nem começou. Sua entrega já foi adiada para depois da Olimpíada.

O que diz o prefeito
O prefeito Eduardo Paes já confirmou que o corredor não está pronto para a Rio-2016. Ele, porém, disse que a obra não faz parte de nenhum compromisso assumido pela cidade com o COI (Comitê Olímpico Internacional). Portanto, o fato de ela não ser concluída até a Olimpíada não será um problema. Paes destacou ainda que o Rio terá mais projetos entregues do que o inicialmente planejado para os Jogos.

34 milhões de árvores

Meta de reflorestamento está sendo recalculada
A Olimpíada do Rio de Janeiro tem como missão a sustentabilidade. Levando isso em consideração, o governo estadual prometeu promover o plantio 34 milhões de árvores no Estado até o final de 2015 para compensar possíveis danos ambientais causados pela realização dos Jogos. Acontece que a meta foi abandonada. Depois de 5,5 milhões terem sido plantadas, o número deixou de ser perseguido.

O que diz o governo
O governo do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria do Meio Ambiente, informou um novo estudo de sustentabilidade está sendo feito para a Olimpíada. Esse novo estudo traçará uma nova meta de plantio de árvores para a Olimpíada. Até que o estudo seja divulgado, a meta de 34 milhões de árvores não deve mais ser considerada. Essa meta tende a ser reduzida.
22 centros de treinamento

Plano para treinamento de atletas foi modificado
Logo após o final da Olimpíada de Londres, o governo federal reuniu atletas olímpicos brasileiros e anunciou um plano para colocar o país no top 10 no ranking de medalhas dos Jogos de 2016. Esse plano previa, entre outras coisas, a reforma ou construção de 22 centros de treinamento para que os esportistas pudessem se preparar para a Rio-2016. Essa meta, contudo, deve ser cumprida.

O que diz o governo federal
O Ministério do Esporte informou que o investimento nos centros de treinamento depende das necessidades das confederações esportivas. Algumas entidades solicitaram equipamentos para treinamento, mas preferiram não ter um CT único, reformado. O governo diz que aplicou o prometido (R$ 310 milhões) em infraestrutura para treinamento de atletas. Contudo, deve entregar 16 CTs para a Olimpíada, não 22.

Olimpíada no Porto

Instalações olímpicas deixam região portuária do Rio
A Prefeitura do Rio prometeu revitalizar a região portuária da cidade para a Olimpíada. Para isso, empenhou-se em levar instalações olímpicas para aquela área. Convenceu o COI a instalar no Porto um conjunto de prédios que abrigariam árbitros e jornalistas. Depois, com o prédio já em obras, o prefeito resolveu tirar a hospedaria da região. Com isso, o porto não deve ter instalação da Rio-2016.

O que diz o prefeito
Segundo o prefeito, o fato de a Olimpíada não usar os prédios no porto não influencia no ritmo das obras, que serão concluídas antes dos Jogos. Ele disse também que o projeto de revitalização do Porto está consolidado. Por isso, não precisa mais do impulso que Olimpíada daria à região. A hospedagem de árbitros e jornalistas será transferida para a zona oeste da cidade.

Projeto Rio-2016

'Maior legado social' foi abandonado
Depois de o Rio ter sido escolhido sede dos Jogos, o governo do Estado criou o Projeto Rio 2016 para ampliar a prática de esportes em 800 comunidades fluminenses e atender 150 mil pessoas. O projeto foi apresentado como o "maior legado social" que a Olimpíada deixaria para o Rio. Contudo, foi abandonado no ano passado. Hoje, é tema de cobranças do TCE (Tribunal de Contas do Estado).

O que diz o governo
A Secretaria Estadual de Esporte e Lazer informou que o projeto era uma parceria com a Farj (Federação de Atletismo do Rio de Janeiro). O contrato do convênio expirou e não foi renovado. Por isso, o Rio 2016 acabou. Ele, porém, foi substituído pelo projeto Esporte RJ, de acordo com a secretaria. Assim, o órgão diz que segue levando esportes às comunidades do Estado.

UOL Esporte

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