Alonso sugere irregularidade de Vettel: "faço das leis corretas meus milagres"

Mídia espanhola destaca que Vettel teria ultrapassado Vergne sob bandeira amarela no Brasil. Foto: Getty Images

Mídia espanhola destaca que Vettel teria ultrapassado Vergne sob bandeira amarela no Brasil

A temporada 2012 da Fórmula 1 se encerrou no Grande Prêmio do Brasil, mas um fato polêmico relacionado à prova continua sendo bastante debatido pela imprensa da Espanha. Jornais do país destacam que o alemãoSebastian Vettel teria feito uma ultrapassagem sob bandeira amarela, não observada pelos comissários durante a corrida. Nesse contexto, o espanholFernando Alonso se manifestou, sugerindo que o rival tenha realmente cometido uma irregularidade.

Em uma frase enigmática publicada no Twitter na noite desta terça-feira, Alonso escreveu: "não tenho milagres. Eu faço das leis corretas meus milagres". A mensagem foi acompanhada da hashtag #samurai, que aparece constantemente na conta oficial do piloto devido a sua inspiração na filosofia oriental.

Embora não haja certeza de que se tratasse de um recado a Vettel, os jornais espanhóis As e El Mundointerpretam que sim. O primeiro periódico recorda que, logo depois da publicação na página de Alonso, o agente do piloto, Luis García Abad, também postou uma frase polêmica na rede social, atribuindo-a ao escritor espanhol Francisco de Quevedo: "onde há pouca justiça é um perigo ter razão".

Vettel teria ultrapassado Vergne sob bandeira amarela no GP do Brasil:

Também na terça-feira, ambos os diários e também o jornal El País publicam em seus sites um controverso vídeo do GP do Brasil. As imagens mostram que, na quarta volta da prova, quando Vettel era o 18º colocado após rodar na largada, ele ultrapassou o francês Jean-Éric Vergne, da Toro Rosso, sob bandeira amarela na reta entre a curva 3 e a curva 4 do Circuito de Interlagos.

Dando crédito para a imprensa espanhola, o site da revista italiana Autosprint também fala sobre o assunto e ressalta que as luzes no volante de Vettel indicavam bandeira amarela no momento da ultrapassagem - a precaução era motivada pela retirada da Williams do venezuelano Pastor Maldonado, que havia acabado de abandonar a prova.

O vídeo exibe ainda uma sinalização logo à frente do alemão, que indicaria que na parte final da reta já era permitida qualquer ultrapassagem - porém, Vettel superou Vergne antes disso, ainda no início da reta.

"Ninguém, nem em Maranello (fábrica da Ferrari) nem no entorno de Alonso, esconde seu enfado. Todos consideram que a Red Bull se viu favorecida por um grave erro dos comissários", aponta o jornal El Mundo, lembrando que a escuderia italiana tem como prazo até a próxima sexta-feira para tentar ganhar nos tribunais o título perdido no asfalto: Vettel terminou a etapa brasileira no sexto lugar e foi campeão mundial com 281 pontos, contra 278 do piloto espanhol, segundo colocado em Interlagos.

A suposta irregularidade do alemão poderia ter sido punida imediatamente com um drive through, conforme lembra o diário. Após a corrida, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) teria a opção de acrescentar 20 s ao tempo final de prova de Vettel, o que o levaria ao oitavo lugar (perderia posições para o alemão Michael Schumacher e para o próprio Vergne) e daria o título a Alonso.

O jornal aponta que o espanhol e pessoas ligadas a ele lamentam ainda outros casos ocorridos em 2012 que teriam beneficiado Vettel: os "estranhos movimentos" do alemão quando este liderava o GP de Cingapura com o safety car na pista; e o bloqueio feito ao próprio Alonso no treino classificatório para o GP do Japão.

O espanhol, que depois de confirmado o vice-campeonato reclamou abertamente do que aconteceu em Suzuka, viu na ocasião o piloto da Red Bull manter a pole position, visto que foi penalizado pelos comissários com uma reprimenda e não com a perda de dez colocações no grid de largada.

Apesar da polêmica, o diário Marca informa que o resultado da corrida dificilmente será alterado. A Ferrari, que não se manifestou sobre o assunto até aqui, "não parece que vá recorrer": segundo o diário, a medida é "impopular" e "os comissários também têm direito ao erro, como no resto das competições esportivas". A publicação informa que existe um direito de revisão que pode ser invocado, "ainda que se faça em situações de flagrante injustiça ou por haver manchado a honra de alguém".

Terra

Comentários