Após ano desastroso, Atlético-GO começa a preparar volta por cima

Adson Batista falou ao Terra sobre a realidade atual do Atlético-GO. Foto: MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra

Adson Batista falou ao Terra sobre a realidade atual do Atlético-GO

O ano de 2012 do Atlético-GO foi considerado como desastroso. A equipe não conseguiu o tricampeonato inédito do Estadual, teve campanha tímida na Copa do Brasil e na Sul-Americana e foi rebaixado para a Série B com quatro rodadas de antecedência. Diante do cenário negativo, a diretoria do clube já começa a sacudir a poeira e inicia o planejamento para se reerguer em 2013.

Ainda sem um orçamento definido, mas com a consciência de que terá menos recursos para disputar a temporada, o clube espera contar com a experiência que teve nos últimos anos quando conseguiu sucessivos acessos. O nome dos sonhos da diretoria para capitanear o retorno à Série A é o de René Simões que saiu da coordenação das categorias de base do São Paulo e interessa.

O diretor de futebol do clube, Adson Batista, revelou que nos próximos dias o clube saberá com que tipo de orçamento terá que trabalhar. Pesa ainda a eleição presidencial marcada para a segunda metade de dezembro, mas o dirigente explicou que as relações estão sendo costuradas para a permanência do atual presidente, Valdivino de Oliveira. Adson ainda comentou sobre qual será o peso da possível queda do Palmeiras para a segunda divisão.

Terra: Todo o planejamento do clube passa pela definição do orçamento?
Adson:
Há várias conversas com relação a isso, nós ainda estamos buscando definir esse lado do planejamento. É inegável que vai ser menor, mas o Atlético ainda tem que ver como vai funcionar o contrato de direitos de transmissão para a Série B, questões de patrocinadores, ainda estamos adequando. O orçamento do Atlético é o grande desafio para esse ano de 2013.

Terra: Como você analisa uma possível queda do Palmeiras?
Adson:
Acho que fica um campeonato mais atraente pois vai contar com um grande clube. No ano em que o Atlético-GO subiu tinha o Vasco, e por isso o campeonato foi muito valorizado. Acho que na parte técnica uma vaga fica praticamente comprometida, mas temos que pensar grande e ter uma equipe comprometida.

Terra: Dá para usar a experiência de 2009 quando subiram da Série B para a Série A no primeiro ano em que disputaram?
Adson:
A Série B é totalmente diferente do que é uma Série A, vejo que vamos ter muita dificuldade. Naquele ano tínhamos uma base campeã da Série C e nesse ano teremos uma reformulação profunda.

Terra: O René Simões é o nome ideal para o projeto do clube?
Adson:
O René Simões é um profissional que tem uma identidade muito grande no Atlético-GO, muita capacidade e é um nome muito importante e que tem todo o nosso respeito. Pode ter certeza que eu tenho muito interesse em trabalhar com ele, pela capacidade, pelo caráter. Ele subiu o Coritiba, tem um currículo fantástico e tenho muita disposição em procurá-lo.

Terra: O Atlético-GO cresceu muito estruturalmente nos últimos anos. Tem medo que os investimentos nessa parte do clube diminuam por causa do orçamento menor?
Adson:
Vai ter reflexo, isso é inegável, mas tenho muita esperança de que o nosso presidente consiga subsídios para que tenhamos um orçamento decente. O Atlético-GO tem hoje uma estrutura que está entre as 15 melhores do País, tem muito clube com orçamento muito maior que o nosso e que não tem essa nossa estrutura. É um clube muito funcional, não falta nada, e entende que esse é o caminho. Eu sou perfeccionista e gosto de trabalhar sempre em um ambiente favorável para dar condições totais e poder cobrar também.

Terra: Aquela bandeira com você, o Maurício Sampaio (ex vice-presidente) e o Valdivino de Oliveira (presidente) que a torcida exibia nos estádios pode voltar a aparecer?
Adson:
Sumiu. A união é tudo. Aliás, essas três pessoas foram cruciais para a gente conseguir êxito nesses anos todos. Um time sem série, sem estrutura nenhuma, hoje tem credibilidade e os jogadores querem vir para cá. O Maurício saiu pelos motivos dele, mas sempre vamos bater na porta dele para nos ajudar. O Valdivino é uma pessoa referência no clube e a quem devemos muita gratidão, pois ele uniu essas pessoas lá no início. Sou uma pessoa perfeccionista, vamos tirar lições de tudo isso que passou para ter um ano diferente em 2013.

Terra: O clube terá que vender jogadores para fazer caixa? Como está a negociação dos volantes Marino e Ernandes com o Palmeiras?
Adson:
Essas questões vamos aguardar oficialmente, por enquanto o que tem são apenas especulações, vamos aguardar o momento. É lógico que aqui ninguém é inegociável, se tiver uma boa proposta o Atlético-GO vai estudar sem nenhum problema.

Terra: O sucesso do Goiás causa algum tipo de pressão no Atlético-GO?
Adson:
Cada clube tem a sua particularidade. É claro que o Goiás fez uma grande campanha e é merecedor de tudo o que está acontecendo hoje. Temos o Goiás como adversário, mas temos que reconhecer. Ao contrário do Atlético-GO, o ano do Goiás foi perfeito, eu não deixo de elogiar.

Terra: Como você termina esse ano e o que espera para o futuro do clube?
Adson:
Vamos ter um ano diferente, não só em cima de esperança, mas de realidade. Temos que ter a cabeça erguida, pois são situações que acontecem em qualquer clube. Sabemos o caminho das pedras, sabemos como é subir uma equipe, pois subimos várias vezes. Acho que precisamos redirecionar o clube para o caminho das vitórias. O clube aprendeu a perder e teremos que reaprender a ganhar.

Especial para o Terra

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