Comitê do Catar nega ter comprado voto de cartola da Fifa

O Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2022 do Catar negou ter conhecimento de quaisquer pagamentos feitos pelo ex-presidente da associação de futebol do país a um ex-vice-presidente da Fifa.

O jornal britânico Daily Telegraph disse nesta terça-feira que uma empresa sob o controle de Mohamed Bin Hammam pagou US$ 1,2 milhão (cerca de R$ 3 milhões) a Jack Warner, ex-presidente da Confederação de Futebol da Américas do Norte, Central e Caribe (Concacaf) e ex-membro do comitê-executivo da Fifa, responsável por escolher a sede da Copa do Mundo de 2022.

Uma das empresas da Warner recebeu o pagamento em dezembro de 2010, informou o Telegraph, duas semanas depois de a Fifa ter selecionado o Catar na votação que definiu a sede do torneio de 2022, em que o país concorria com os Estados Unidos, Austrália, Japão e Coreia do Sul.

O comitê organizador do Catar sempre negou qualquer irregularidade e novamente nesta terça-feira reiterou que suas práticas foram corretas.

"O Comitê de Candidatura 2022 aderiu estritamente aos regulamentos de candidatura da Fifa, em conformidade com o seu código de ética", disse o comitê em um comunicado.

"O Comitê Supremo de Realização e Legado e os indivíduos envolvidos no Comitê de Candidatura de 2022 não têm conhecimento sobre qualquer alegação em torno de negócios particulares entre os indivíduos."

O Telegraph também alegou que 750 mil dólares foram pago a filhos de Warner, citando documentos que apontam vários pagamentos à família Warner para "compensar as despesas legais e outras" e "serviços profissionais prestados durante o período de 2005-2010".

Em março de 2013, foi divulgado que uma investigação do FBI sobre corrupção no futebol internacional recrutou um filho de Warner como testemunha para colaborar com a operação.

A opção pela realização do maior torneio de futebol do mundo em um pequeno país no deserto onde as temperaturas durante o dia raramente ficam abaixo de 40 graus Celsius provocou revolta generalizada.

Entre os que se opunham à decisão estão líderes de clubes e grupos de direitos humanos europeus, que destacaram as condições de trabalho terríveis no setor de construção do Catar.

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, admitiu que houve um "grave erro" ao longo dos processos de candidatura para a escolha das sedes das Copas de 2018 e 2022, que ocorreram simultaneamente e levaram à suspensão de dois membros do comitê-executivo que tentaram vender seus votos.

Terra

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