Em Mônaco, Massa admite situação incômoda com desvantagem para parceiro


No dia 2 de novembro de 2008, Massa vencia em Interlagos, mas perdia o título para Lewis Hamilton na última curva. Desde então, o brasileiro não conseguiu mais nenhuma vitória correndo pela Ferrari e o mundo mudou um bocado

Felipe Massa se apresentou hoje no Circuito de Monte Carlo para disputar o GP de Mônaco numa situação desconfortável em relação ao companheiro de Williams. Enquanto nas cinco etapas disputadas até agora Massa somou 12 pontos, decorrentes de duas sétimas colocações, na Malásia e em Bahrein, Bottas obteve 34. Marcou pontos em todas.

O UOL Esporte perguntou ao piloto sobre como encara o fato e se isso o faz ver a prova mais charmosa (e perigosa) do campeonato de forma diferente. "Penso nisso, sem dúvida. Se não pensasse... Infelizmente muita gente enxerga essa diferença e escreve mal (de seu desempenho)", disse Massa. 

"Mas esquecem que na primeira corrida fui jogado para fora da pista; em Bahrein o safety car me lançou para a oitava colocação e acabei em sétimo; na China, era sexto, parei no box e perdi um minuto (os mecânicos inverteram o lado dos pneus traseiros). E isso as pessoas não enxergam. Estou tranquilo, me sinto confortável com o meu ritmo no carro. O que aconteceu não tira a minha confiança nas demais corridas", afirmou Massa.

Na teoria, o traçado do Principado, com 3.340 metros e 19 curvas, não representa o cenário ideal para uma grande performance da Williams. "Aqui conta muito dispor de pressão aerodinâmica. Apesar de o carro ter evoluído nesse sentido, ainda nos falta pressão. Mas em Barcelona nós não esperávamos muito e sempre estive dentre os cinco mais rápidos."

O importante, explicou Massa, é ser constante. "Marcar pontos em todas as etapas. A diferença de pontos entre a Williams e os times que estão na nossa frente (no Mundial de Construtores), Force India e Ferrari, não é grande." A Williams ocupa o quinto lugar dentre as 11 que competem, com 46 pontos. A Force India é a quarta, 57, e a Ferrari, terceira, 66. A Mercedes lidera com impressionantes 197 pontos seguida da Red Bull, 84.

O piloto da Williams prevê um fim de semana bem difícil para todos os pilotos em Mônaco, principalmente se chover. "Nossos motores têm grande torque (quis dizer que a potência surge de uma vez), há este ano bem menos pressão aerodinâmica nos carros, a pista tem pouca aderência". É uma prova para várias entradas do safety car. "Se chover então..." 

Dentre as etapas do calendário a que os adversários da Mercedes têm mais chances de tentar vencê-la é a de Mônaco, na visão de Massa. "Se tivesse de apostar num carro capaz de conseguir um resultado diferente (a Mercedes venceu as cinco provas disputadas),  diria que é o da Red Bull." Mas não diz se com Sebastian Vettel ou seu veloz companheiro, o australiano Daniel Ricciardo.

Depois de uma pausa para refletir sobre o tema, quem pode ganhar a corrida, Massa lembrou que o ritmo da Mercedes em uma volta lançada é também muito melhor que todos. "Vai ser difícil a primeira fila não ser dos pilotos da Mercedes. E eles ganharam aqui no ano passado (com Nico Rosberg, depois de largar na pole position)." E concluiu: "Se eventualmente a Mercedes não vencer aqui será primeira na próxima etapa (GP do Canadá, dia 8 de junho)".

Apesar de a prova ser em Mônaco, a corrida de Barcelona ainda mereceu destaque de Massa. Afinal terminou apenas em 13.º, sem que nada de anormal lhe ocorresse, enquanto Bottas foi quinto. Rob Smedley, diretor da Williams, estudou com Massa o que fez seus pneus (duros e médios da Pirelli) se degradaram tão rápido no Circuito da Catalunha.  Não houve nada de errado com o modelo FW36-Mercedes. 

"O que aconteceu foi que o tráfego não ajudou. Atrás de outros carros os meus pneus dianteiros se desgastaram logo." Disse ter compreendido mais: "A estratégia que adotamos também não colaborou (três pit stops). O melhor teria sido tentar economizar os pneus e fazer duas paradas, o que me permitira brigar pelo oitavo lugar e somar pontos."

Massa disputou 11 vezes a prova, de 2002 ao ano passado. Em 2003 era piloto de testes da Ferrari, não correu. Em 2002, 2004 e 2005, pilotou para a Sauber-Ferrari. De 2006 até o ano passado, Ferrari. Largou uma vez na pole position, em 2008, quando chegou no pódio, em terceiro. Foi terceiro também em 2007. Em 2009 e 2010, acabou em quarto; em 2004 foi quinto e em 2012, sexto. No ano passado sofreu dois acidentes, no treino livre do sábado de manhã e na corrida. Os dois violentos e no mesmo ponto, a freada da curva 1, Saint Devote. O primeiro causado por quebra de um componente mecânico.

Os primeiros treinos livres do GP de Mônaco começam amanhã às 5 horas, horário de Brasília.

UOL Esporte

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