Oswaldo critica diretoria, cobra jogos na Vila e cita até Vargas e Montillo

O técnico Oswaldo de Oliveira rebateu as críticas do vice-presidente do Conselho Deliberativo do Santos

O técnico Oswaldo de Oliveira rebateu as críticas do vice-presidente do Conselho Deliberativo do Santos

O técnico Oswaldo de Oliveira perdeu a paciência em entrevista coletiva nesta quarta-feira, no CT Rei Pelé, após ser questionado sobre as críticas que recebeu do vice-presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Henrique de Fonseca Filho, que pediu sua demissão. O treinador não rebateu apenas o conselheiro, mas disparou também contra a diretoria ao cobrar jogos na Vila Belmiro e promessas não cumpridas.

"Isso é muito relativo. Eu já tenho muitos anos de futebol para me sentir pressionado. Sei como é isso. Essa pessoa que falou isso é uma que dava tapinha nas costas aqui e dizia que o trabalho era maravilhoso. Falou como torcedor. Sabe como é", afirmou Oswaldo.

"O dirigente, o conselheiro, eles têm que cuidar dos interesses mais importantes do clube. Nós não jogamos a final (decisão do Paulista contra o Ituano) aqui, deveríamos ter jogado. Isso é uma coisa que os diretores, dirigentes, têm que cuidar. Nós não queríamos jogar em Cuiabá outra vez. O Corinthians jogou em Itaquera, o Flamengo no Maracanã. Por que não pode jogar na Vila? Quem tem que cuidar dos interesses do Santos na CBF é quem tem que tratar disso. Não do time de futebol, que está muito bem cuidado", completou.

Oswaldo de Oliveira ressaltou que conhece bem o Santos e acredita em interesses políticos, já que o clube passa por ano eleitoral. O treinador, inclusive, lembrou que a diretoria prometeu um time mais forte no início do ano, e citou o chileno Vargas e o argentino Montillo como exemplos.

"O time inicial teria Vargas, Damião, Montillo. Essas coisas são relativas e envolventes do que está acontecendo. O torcedor, toda hora vai falar. Perdeu um jogo fala, ganhou elogia. Agora, o diretor não, tem que ter uma outra postura e fazer aquilo que o compete. E muitas vezes uma pessoa que não tem, principalmente em ano eleitoral, conheço o Santos, adoro a cidade, adoro o clube, sou apaixonado, mas a gente sabe aqui como as coisas acontecem", disse.

Além do vice-presidente do Conselho Deliberativo, o desabafo de Oswaldo rendeu uma critica rápida até para os jogadores.

"Às vezes as pessoas pegam uma carona para aparecer um pouco. Têm todas essas coisas. Estou tranquilo com questão de pressão, questionamento. Meu trabalho está aqui, todo mundo elogiou. Era 'oswaldia', não sei o que, e agora é motivo de critica. Eu continuo fazendo trabalho da mesma maneira, os jogadores às vezes não se comportam como a gente quer, e dirigente também, às vezes verde, amarelo", concluiu.

Carlos Henrique de Fonseca Filho solicitou a palavra na última reunião do Conselho, que ocorreu na última segunda-feira e teve a aprovação das contas de 2013, para pedir a demissão de Oswaldo. O dirigente se mostrou inconformado com a folga de 15 dias do elenco santista, que começa um dia após o jogo contra o Criciúma, no dia 1º de junho, no estádio Primeiro de Maio, em São Bernardo, no último duelo antes da parada da Copa do Mundo.

O presidente do Santos, Odílio Rodrigues, por sua vez, entendeu as críticas e acredita que Oswaldo ficou marcado por perder o título paulista para o modesto Ituano em dois jogos finais no Pacaembu.

"Temos que respeitar as críticas, isso é muito comum, muito frequente no Brasil, quando você não pega resultados seguidos a primeira coisa que se faz é pedir a cabeça do técnico. As pessoas têm direito a falar, a discordar, mas lembramos que o Oswaldo fez uma boa campanha no Paulista, acho que ficou a marca de ter perdido a final para o Ituano, também perdemos o jogo agora para o Atlético-MG. Acredito que a colocação que o Santos se encontra, o futebol que vem apresentando de uns tempos para cá não é o esperado, então é natural que se questione o técnico, vemos com naturalidade isso", disse.

UOL Esporte

Comentários