Libertadores 2013 expõe futebol brasileiro frágil nos bastidores

Kalil queria que o Atlético-MG mandasse o segundo jogo da final no Independência Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

Kalil queria que o Atlético-MG mandasse o segundo jogo da final no Independência

Em Assunção, uma semana antes de conquistar a Copa Libertadores 2013, o Atlético-MG se hospedou em hotel que pertence à Conmebol. Fica, ainda, logo ao lado da sede da entidade. Do Brasil, o presidente da CBF fez sua parte: José Maria Marin divulgou o apelo feito aos dirigentes sul-americanos. Alexandre Kalil, à sua maneira, também esbravejou. Mas os atleticanos começaram a perder no Paraguai antes de a bola rolar...

A vontade – em vão – de realizar a finalíssima no Estádio Independência esbarrou na força dos paraguaios nos bastidores. A primeira perna foi realizada no Defensores Del Chaco, insuficiente para 40 mil espectadores. A segunda perna não ocorreu no Horto, e a alegação foi de que não poderia receber 40 mil torcedores. Coisas de Libertadores, diria alguém.

O fato é que o impasse sobre os palcos da final foi só um detalhe de como os clubes brasileiros estão fragilizados nos bastidores da Conmebol. Houve sérios erros de arbitragem contra Fluminense, Atlético-MG, São Paulo e principalmente o Corinthians. O então campeão da Libertadores deixou a competição por sérios erros do juiz paraguaio Carlos Amarilla contra o Boca Juniors nas oitavas. “Um zé mané, um babaca”, chamou Emerson na última quarta.

Dois gols legais anulados por Amarilla e um pênalti claro também não marcado, porém, não resumem os problemas do Corinthians com o extracampo da Libertadores. Pela morte do boliviano Kevin Espada, promovida por corintianos, o clube atuou uma partida com portões fechados. Também teve seus torcedores proibidos de frequentar jogos como visitantes. E acabou multado em US$ 200 mil. Mandante do jogo, o San José-BOL só teve uma punição: US$ 10 mil.

Não foi só o Corinthians que sofreu nos tribunais da Conmebol durante a Libertadores. Criado para 2013, o Tribunal Disciplinar da Conmebol agiu com rigidez em relação ao São Paulo e retirou Luís Fabiano de quatro jogos da competição. O atacante havia reclamado por um pênalti inexistente marcado pelo árbitro colombiano Wilmar Roldán a favor do Arsenal de Sarandí-ARG. Após o jogo, Roldán expulsou Luís Fabiano, que pegou gancho pesado.

Contra o Emelec nas oitavas de final, o Fluminense precisou se desdobrar para reverter no Brasil a vantagem construída pela equipe equatoriana no jogo de ida. Tudo porque um pênalti inexistente foi marcado aos 42min do segundo tempo para o rival do Flu. O árbitro naquele jogo era Wilmar Roldán. “A falta e o pênalti que originaram o gol do Emelec foi uma vergonha”, disse Abel Braga.

Campeão dentro do Mineirão, o Atlético foi prejudicado contra o Newell’s, pelas semifinais, no Independência. O árbitro uruguaio Roberto Silveira não assinalou penalidades em Jô e Diego Tardelli. No Paraguai contra o Olimpia, o argentino Néstor Pitana anulou gol legal marcado por Tardelli.

A Libertadores 2013, cabe lembrar, ocorre em meio à mudança de comando da Conmebol. Nicolas Leóz deixou o cargo que ocupava desde 1986 após fortes acusações de suborno pela revista France Football na eleição para a sede da Copa do Mundo de 2022. Ele foi substituído por Eugenio Figueiredo, seu vice, uruguaio. Na quarta, antes da final, Alexandre Kalil criticou: “o presidente da Conmebol e o da CBF se mostraram muito fracos”.

Terra

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