Sertões 2013 tem dois caminhões no grid, mas rivais elogiam duelo atípico

Piano lidera com vantagem superior a 90 minutos; a partir do Jalapão, admite administrar Foto: Eric Schroeder / Divulgação

Piano lidera com vantagem superior a 90 minutos; a partir do Jalapão, admite administrar

Os resultados nas primeiras etapas não deixam dúvidas: Guido Salvini e Edu Piano disputam entre si as vitórias na categoria caminhões no Rally dos Sertões 2013. Desde que Salvini, atual campeão, levou a melhor na terceira etapa da competição, de Pirenópolis (GO) a Uruaçu (GO), Piano tem vencido todas em sequência, com três vitórias consecutivas e uma vantagem que o aproxima do título.

Seria uma disputa comum entre dois favoritos, não fosse uma peculiaridade: Guido Salvini e Edu Piano são os dois únicos competidores entre os caminhões no Sertões 2013. Em um ano atípico, os dois pilotos da categoria pesados são os únicos remanescentes de um grid enxuto, que teria apenas outros dois competidores da categoria leves: Carlos Policardo (Ford Território) e Felício Bragante (Asa Rally). Ambos desistiram em cima da hora.

Mas para quem segue na briga, a disputa particular não é empecilho. Salvini, por exemplo, lembra a disputa entre Guiga Spinelli e Stéphane Peterhansel (os únicos rivais na categoria T1 FIA entre os carros) para citar o elevado nível da disputa com Piano.

“O Peterhansel está nos carros só com o Guiga. Isso atrapalha eles?”, questiona o piloto da equipe Mobil Delvac Salvini. “Seria ruim se eu concorresse com um cara que não tem o mesmo nível. Estou correndo para ser o primeiro, não para não ser o último”, completou.

Piano também não vê demérito na disputa particular contra Salvini. Para ele, o grid quase solitário é reflexo de um ano atípico, no qual as desistências em cima da hora por problemas particulares (Bragante) minaram a motivação do principal rival (Policarpo).

“Este ano está sendo um ano atípico. Tínhamos 10 caminhões em 2012, seriam quatro neste ano. Aí, desistiu um dos nossos (Policarpo). É fase, né? Acabou caindo esse grid. Caminhões tem esses altos e baixos. Acho que, no ano que vem, teremos mais, talvez cinco ou seis. Nos pesados, não sei se teremos mais alguém, talvez nos leves”, analisou.

A disputa direta pelo título não intimida nem mesmo pela diferença entre os tempos dos dois caminhões no acumulado geral: enquanto Piano contabiliza 10h55min05s após as seis primeiras etapas, Salvini – que teve problemas nas duas últimas especiais cronometradas – soma 12h32min31s.O atual campeão, porém, não desanima diante da diferença de mais de 90 minutos para o líder da categoria.

“No caminhão, uma diferença assim não é grande coisa. Um abandono é de uma hora. Se ele não completar (uma especial), essa diferença some”, aponta Salvini. “Tive problemas todos os dias. Hoje (sexta etapa), eu vinha bem, tinha tirado uns 4min antes da metade. Aí, quebrei o câmbio”, completou o piloto, que citou também problemas na caixa de direção e em um cano d’água do caminhão Mercedes Benz Atego 1725 4x4 entre os problemas.

Piano, porém, vê a vantagem com conforto antes da sétima etapa. “Vamos começar a administrar. Vamos terminar o laço (de Palmas a Palmas, passando pela região do Jalapão) e pensar na estratégia que precisamos. Temos 1h30min de vantagem”, disse, sem fugir dos problemas. “Tivemos problema no freio, guiamos a especial (de terça-feira) toda sem freio, ou 90% dela. E conseguimos administrar”, completou.

Nesta quarta-feira, os pilotos voltam a entrar em ação para a sétima etapa, que começa em Palmas (TO), passa pela região do Parque Estadual do Jalapão e termina na capital tocantinense. As outras quatro categorias (carros, motos, UTVs e quadriciclos) terão uma especial de 514 km pela frente, enquanto os caminhões terão um trecho cronometrado de “apenas” 142 km para vencer.

“Como amanhã vai ser menor, não vai ser tão desesperador. Mas tudo pode acontecer. Jalapão é Jalapão. No Jalapão, tudo pode acontecer. Você vai do céu ao inferno em um quilômetro”, analisa Edu Piano.

Já Edu Salvini adota uma estratégia agressiva para reverter a desvantagem. “Estamos tentando recuperar o que quebrou (na sexta etapa). É normal. Até o último dia, vou correr para ganhar”, assegurou, tentando a virada até o dia 3 de agosto, data da chegada da última etapa do Sertões 2013, em Goiânia.


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