Após sete anos, Argentina supera Brasil nas quartas da Libertadores


Jogadores do San Lorenzo comemoram classificação contra o Grêmio pela Libertadores

Após a rodada desta semana, a Libertadores-2014 ficou marcada pelo domínio da Argentina nas quartas-de-final com três representantes -Arsenal de Sarandí, Lanús e San Lorenzo – contra apenas um brasileiro – o Cruzeiro. O time mineiro ficou solitário após as eliminações de Atlético-MG e Grêmio. A última oportunidade em que os argentinos nos superaram entre os oito finalistas foi em 2006.

Pior, esses anos (2006 e 2014) foram as duas únicas vezes em que o país vizinho dominou esta fase da Libertadores da era moderna. Foi iniciado em 2000 um novo formato de competição, com maior número de times e de vagas para os dois países. Em outras edições, os times argentinos, no máximo, igualaram os brasileiros.

Ressalte-se que o domínio das quartas não significa título. Tanto que, em 2006, o campeão foi o Internacional em final com o São Paulo, apesar de a Argentina ter três representantes nesta fase da competição. Em 2009, o Brasil classificou quatro times, mas o campeão foi o solitário argentino, Estudiantes.

Só que a presença nas quartas é uma demonstração de como está coletivamente o futebol de cada país, e não apenas um time. A longo prazo, resulta em um maior número de conquistas por parte de determinada nação.

Por exemplo, o Brasil classificou 39 times para as quartas desde 2000, contra apenas 29 dos argentinos. Acumulou também mais títulos com seis diante de cinco dos rivais. A Argentina tem boas chances de igualar, agora com três representantes nas quartas. Consideradas todas as edições, os rivais superam os brasileiros por boa vantagem.

Para se ter uma ideia do fracasso coletivo do Brasil nesta Libertadores, foi apenas a segunda vez que o país só classificou um time para as quartas de final do torneio na era morderna. A outra ocasião foi em 2011 quando o Santos caminhou sozinho para o seu título.

E o domínio argentino se deu com times sem tradição na competição. O San Lorenzo é um dos cinco grandes do país, mas nunca conquistou o troféu. Eliminou o bicampeão Grêmio. Arsenal de Sarandí e Lanús são times com menor tradição no torneio, e até no país.

Claro, é possível que o Cruzeiro ganhe o título e mantenha a hegemonia sul-americana dos últimos quatro anos. Só que isso claramente terá um significado bem mais individual do que coletivo -o futebol brasileiro parece longe do domínio visto em anos anteriores. Lembre-se que antes de Grêmio e Atlético-MG, Flamengo, Botafogo e Atlético-PR foram desclassificados ainda na fase de grupos em uma inédita queda em massa.

UOL Esporte

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