Brasil sai da rotina e fecha Pan sem ouro no vôlei de praia pela 2ª vez 14

(Foto: Bruno Miani/Inovafoto/CBV)















No Pan, o Brasil normalmente aparece no topo do pódio do vôlei de praia. Em Toronto, isso não aconteceu nem entre as mulheres e nem entre os homens. Nesta terça, Vitor e Álvaro perderam dos mexicanos Ontiveros e Virgen por 2 sets a 1 (21-18, 21-13 e 15-8) e fizeram o país fechar a competição sem ouros pela segunda vez na história.

Desde que o vôlei de praia entrou no programa pan-americano, em 1999, o Brasil só ficou sem vencer no esporte em 2003, em Santo Domingo. Tradicional na modalidade mundialmente, o país é absolutamente dominante em nível regional. 

Nesta edição, porém, o Brasil caiu diante de países que estão longe de serem potências. No feminino, Lili e Carol perderam a semifinal para as argentinas Gallay e Klug. Já Vitor e Álvaro perderam o ouro para os mexicanos abusando dos próprios erros. 

Os brasileiros, diga-se, começaram o jogo sem muitas dificuldades. No primeiro set, apesar de um certo exagero nos erros de saque, souberam explorar a altura dos mexicanos, não desperdiçaram os ataques e fecharam em 21 a 18.

Só que os mexicanos voltaram melhor para a segunda parcial. Mais rápidos e atentos, eles exploraram Vitor no saque e abriram larga vantagem logo no início. Com Álvaro com dores na região lombar, a dupla brasileira não teve forças para ir buscar o placar e perdeu por 21 a 13.

No tie-break, de novo, os erros pesaram. A partir do oitavo ponto, com uma sequência de pontos, os mexicanos derrubaram o lado psicológico dos brasileiros, que não conseguiram mais reagir.  
"O vôlei está evoluindo muito. No primeiro set fomos bem e no segundo eles cresceram. Nós erramos muito e no voleibol quem erra paga. A vida é assim, mas estamos voltando para casa felizes por representar o Brasil e a Paraíba", disse Álvaro. "Da maneira que foi a competição, é uma medalha que será para a vida toda", disse Vitor. 

A rotina de ouro nas praias faz do Brasil o país mais vencedor desse esporte em Pans. São cinco ouros para o país, contando os dois gêneros – Cuba tem dois, enquanto Argentina e Canadá têm um cada.

A disputa entre os homens é a que mais premia. O Brasil subiu no lugar mais alto do pódio nas três últimas edições do Pan. Emanuel ganhou as duas primeiras ao lado de Ricardo e a última com Alisson. Desta vez, a medalha serviria como primeiro prêmio para uma dupla jovem e que ainda sonha com uma grande conquista.

Vitor e Álvaro são parceiros desde criança, foram vice-campeões mundiais júnior duas vezes, mas não estouraram juntos no adulto e se separaram em 2011. Distantes, eles também não conseguiram vencer tanto.

Álvaro, em parceria com Ricardo, chegou a ser prata no Mundial de 2013. Vitor, com Evandro e Alison, ganhou no máximo um Grand Slam. Se o Pan não é um torneio de ponta, ao menos serve de preparação para a dupla, que foi a Toronto justamente em busca de experiência.

O Brasil terá duas vagas nos Jogos Olímpicos do ano que vem. A primeira será da dupla que tiver melhores resultado no circuito mundial, enquanto a segunda será escolhida pela CBV (Confederação Brasileira de Vôlei).  

UOL Esporte

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