De Thiago Pereira a Scheidt, Pan de Toronto marca adeus de lendas do Brasil

(Foto: Reprodução UOL Esporte)















Os Jogos Pan-Americanos que terminam em Toronto neste domingo (26) marcam o fim de algumas eras no esporte brasileiro. O UOL Esporte reuniu os principais atletas que se apresentaram no Canadá e não pretendem incluir Lima-2019 em suas carreiras.

Dani Piedade

Talvez a menos conhecida entre os atletas que estão dando adeus aos Jogos Pan-Americanos em Toronto, a jogadora de handebol de 36 anos se despede com quatro medalhas de ouro. E uma grande história para contar. Em 2012, ela sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) durante um amistoso do clube que defendia. Após três anos, ainda tem sequelas. Mesmo assim, foi campeã mundial em 2013 com a seleção brasileira e veio ao Pan de 2015, para se despedir em alta. "Seria muito complicado fazer um ciclo e chegar até 2019. Mas saio daqui muito feliz por ter ganho este quarto ouro e ajudado o Brasil a manter a hegemonia".

Daniele Hypolito

A ginasta de 30 anos veio ao Canadá como fonte de experiência para uma equipe jovem, com pouca vivência em competições desse porte. Mas deixa o Canadá como a ginasta que mais vezes subiu ao pódio pelo Brasil em Jogos Pan-Americanos. Contando o bronze da equipe nacional em Toronto, Daniele soma dez pódios em seis edições da competição. Mas não foi campeã nenhuma vez.

"Claro que faltou (um ouro). Sou uma pessoa perfeccionista demais e quero sempre o melhor, quero ganhar o ouro. Mas sei das dificuldades do Pan, do nível da competição. São dez medalhas, um recorde na ginástica e um feito que nem todos atletas conseguem", diz a atleta. Segundo ela, a mais marcante veio Santo Domingo: "Com certeza foi a medalha de bronze no individual geral no Pan de 2003".

Fabiana Murer

Como Scheidt, Fabiana Murer deu adeus aos Jogos Pan-Americanos com um medalha de prata. Mas em uma prova em que as atletas do continente estão, hoje, entre as melhores do planeta. A final do salto com vara teve o maior nível entre todas as competições dos Jogos de Toronto. Em qualquer esporte. Yarisley Silva, de Cuba, foi medalhista de ouro com a melhor marca do ano. Bicampeã mundial, Fabiana foi prata com o melhor salto de sua temporada. O bronze ainda ficou com Jennifer Suhr, a atual campeã olímpica. "Nem parei para pensar, mas é realmente a minha despedida no Brasil. Foi muito legal terminar assim, com uma prova tão competitiva. Saio contente".

Marcel Sturmer

Primeiro brasileiro entre os homens a conquistar quatro medalhas de ouro em Jogos Pan-Americanos, Marcel Sturmer é o único que pode dizer que o Pan era, sim, o principal palco de sua carreira. Como a patinação artística não é um esporte olímpico, a competição continental era o momento em que brilhava para o país. E isso ele fez como ninguém. A cada quatro anos, encantava com saltos e piruetas que valiam medalhas de ouro. Sua primeira conquista foi em Santo Domingo-2003. Venceu no Rio de Janeiro e Guadalajara, antes de Toronto. "É meu último Pan. Quero parar com o ouro", afirmou. "É inesquecível. Quando eu comecei, com seis anos, a patinar no país do futebol, nunca imaginei que iria disputar os Jogos Pan-Americanos. Quanto mais ganhar uma medalha de ouro. E ainda mais bater um recorde. É isso que vale hoje".

Robert Scheidt

Aos 42 anos, o velejador é dono de cinco medalhas olímpicas, duas delas de ouro. Em Jogos Pan-Americanos, a lista de conquistas também é imensa. Ele encerra sua carreira no evento com cinco medalhas, três de ouro. Ele foi campeão em 1995, 1999 e 2003 e vice em 2007 e 2015. "Acho difícil me ver competindo no Pan em 2019. Mas foi uma honra poder competir no Pan mais uma vez e trazer uma medalha".

Tiago Camilo

Único judoca da lista, Tiago Camilo se despediu dos Jogos Pan-Americanos do mesmo jeito como começou: ganhando. Foram três participações em Pans e três medalhas de ouro. Ele sai do evento como melhor judoca do Brasil na história. "Vim aqui pra fazer aquilo que eu mais amo, que é lutar judô. E representar o Brasil sempre foi especial para mim, eu sempre trago o Brasil dentro do meu coração. Tenho orgulho de ser brasileiro. Cada conquista é especial, Os jogos pan-americanos sempre mexeram comigo", disse. "O foco é o Rio de Janeiro, quero ser medalhista no Rio, quero pódio. Lutando no Brasil, não tem como ser diferente", acrescentou. Depois do Rio-2016, ele deve deixar a seleção. "Mas não vou parar de lutar. Sigo lutando por mais dois ou três anos. Mas este é meu último Pan".

Thiago Pereira

Aos 29 anos, Thiago é um dos mais novos da lista (Marcel Sturmer tem 28), mas o que mais conquistou em Jogos Pan-Americanos. São 23 medalhas conquistadas desde 2003. E todos os recordes possíveis. Ele é o atleta, de todos os países, que mais vezes subiu ao pódio na história dos Jogos e o maior vencedor do Brasil, com 15 medalhas de ouro. Mesmo já tendo conquistado tudo o que é possível no evento, evita dizer que não estará em Lima-2019. "Ainda está longe. Tem muita coisa até lá. Temos os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, que é o grande objetivo. Quando chegar a hora, decidimos".

UOL Esporte

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