COB vê Pan positivo para o Brasil, mas admite resultados abaixo do esperado

À frente de Cuba ainda no quadro de medalhas, o Brasil pode terminar os Jogos Pan-Americanos de Toronto na terceira colocação do quadro de medalhas, mas é quase certo que terá menos medalhas do que as 141 de Guadalajara-2011. Assim, o COB (Comitê Olímpico do Brasil) terá atingido só uma das suas metas. Tanto que o presidente Carlos Arthur Nuzman admitiu resultados abaixo das expectativas, embora tenha dito estar satisfeito com a campanha.

"Aumentamos a quantidade de modalidades que conquistaram medalhas para o Brasil", exaltou o dirigente para em seguida se explicar. "Sei que vocês podem perguntar sobre alguns resultados que não estavam na expectativa de todos. Há pontos de atenção que serão abordados pela superintendência técnica do COB com as confederações."

A queda no número de medalhas ocorre em um período em que houve explosão de investimento federal no esporte olímpico. Programas como bolsa-atleta e bolsa-pódio permitiram salários a 70% da delegação em Toronto. Há maior investimento de estatais e direto do governo federal, que alega ter gasto R$ 500 milhões com atletas olímpicos.

No geral, o superintendente técnico Marcus Vinícius Freire disse que os resultados não ficaram abaixo do esperado considerado todo o quadro. "A meta é traçada para ser difícil. Quando não alcança, tem que explicar. Tivemos uma delegação de 70% de jovens. Temos tranquilidade para saber que fizemos o melhor possível no trabalho para os atletas."

Uma das maiores preocupações está no atletismo. Maior distribuidor de medalhas em Pan e Olimpíada, a modalidade não evoluiu no Canadá e apresenta poucos atletas novos com potencial de medalha na Rio-2016. Quem era esperança, como o salto com vara masculino, falhou. O COB admitiu uma alteração de rumo no esporte.

"O atletismo está em transição. Mudou o diretor técnico. Temos vários técnicos estrangeiros. O trabalho está sendo feito. Vamos analisar o que deu certo e o que deu errado", analisou Freire. "Há uma mudança de caminho para ser acertada com eles quando chegarmos no Brasil."

O COB, no entanto, ressaltou a evolução em esportes como saltos ornamentais, levantamento de peso, CCE, canoagem, ciclismo, ginástica artística, hóquei na grama e lutas associadas. Por isso, informou que houve ganho de medalhas em maior número de modalidades do que no outro Pan.

Nuzman afirmou ainda que o Brasil passa por um período de renovação no esporte. "Temos mais de 70% de atletas disputando os Jogos Pan-Americanos pela primeira vez. Isso mostra uma renovação importante para o esporte brasileiro. Temos 50% de jovens de 15 a 25 anos. E 75 atletas participaram das Olimpíadas Escolares".

Após 13 dias de disputa, o Brasil está com 14 ouros a menos do que conseguiu ao final dos Jogos de Guadalajara, em 2011: 34 a 48. Para conseguir ao menos igualar a marca, o país precisará quase dobrar sua média de medalhas conquistadas por dia: de 2,6 ouros para 4,6. Restam ainda 41 disputas com chances de conquistas brasileiras.

O total da campanha do COB no Pan de Toronto teve custo de R$ 10 milhões, incluindo viagens, instalação para treinos de atletas, entre outros.

UOL Esporte

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