Futsal ganha espaço e se torna a mais nova “paixão brasileira” no esporte

(Foto: Luciano Bergamaschi / CBFS)
(Foto: Luciano Bergamaschi / CBFS)





















Enquanto o futebol se popularizava em todo mundo em meados da década de 1940, outro esporte surgia principalmente na região do Brasil e Uruguai: o futsal. De acordo com dados históricos, o surgimento do futebol de salão pode ter acontecido de duas maneiras. A modalidade começou a ser jogada por frequentadores da Associação Cristã de Moços, em São Paulo, e devido à grande dificuldade de encontrar campos livres para poder jogar, esses homens começaram a jogar suas “peladas” nas quadras de basquete e hóquei. 

A outra versão, defendida principalmente pelos gaúchos, foi que o futsal foi inventado em 1931 na Associação Cristã de Moços de Montevidéu, no Uruguai, pelo professor Juan Carlos Ceriani, que chamou este novo esporte de “Indoor-Foot-Ball”.

No estado de São Paulo, o nome que se destaca é de Habib Maphuz, que muito trabalhou nos primórdios do Futebol de Salão no Brasil. Sendo professor da ACM de São Paulo, trabalhou no início dos anos 50 na elaboração das normas para a prática de várias modalidades esportivas, sendo uma delas o futebol jogado em quadras. Tudo isto no âmbito interno da ACM Paulista. 

Nesta mesma década, as primeiras federações de futsal dos estados foram fundadas, sendo que a primeira foi a Federação Metropolitana de Futebol de Salão do Rio de Janeiro, fundada em 28 de julho de 1954. Logo em seguida foram fundadas as federações de Minas Gerais, São Paulo, Ceará, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia e várias outras nos anos seguintes. 

Em 15 de junho de 1979 a Confederação Brasileira de Futsal foi fundada no Rio de Janeiro. Em 27 de agosto daquele ano, Aécio de Borba Vasconcelos foi eleito como primeiro presidente da organização, e Fortaleza foi escolhida como sede. 

Foto: Ulisses Castro / ACBF
(Foto: Ulisses Castro / ACBF)


















Hoje

Atualmente, o Brasil conta com duas competições nacionais da modalidade, a Liga Nacional de Futsal e a Taça Brasil de Futsal. A Liga iniciou no ano de 1996, enquanto a Taça Brasil é a mais antiga competição de futsal no Brasil, que teve sua primeira edição em 1968. Além disso, cada federação estadual organiza o seu próprio campeonato. 

A Seleção Brasileira é bem-sucedida no esporte, possuindo vários títulos importantes conquistados, como a Copa do Mundo de Futsal da Fifa, a Copa América de Futsal, o Grand Prix de Futsal e o Mundialito de Futsal. O Brasil também venceu a primeira participação do esporte nos Jogos Pan-Americanos de 2007. 

Equipes

A modalidade carrega seus frutos, como é o caso do Carlos Barbosa, time do Rio Grande do Sul, que é um exemplo de que o esporte está dando certo no País. Segundo o técnico Marquinhos Xavier, o esporte realmente se tornou uma nova paixão no Brasil. “Devemos aparecer pontualmente entre os dez esportes de preferência do brasileiro, uma vez que seguramente somos o mais praticado nas escolas”.

O treinador aponta inúmeros motivos para ter escolhido o futsal como profissão. “O gosto pela prática, o esporte ser muito competitivo, gosto de desafios, detesto a rotina, enfrento meus limites, realizo meus desejos e conquistas, enfim, o esporte se tornou minha profissão”, diz. Ele acredita que a modalidade aproxima o público do atleta. “Acredito que é a única profissão que você revela o que realmente você é. [O público] consegue ver suas reações e frustrações, sucessos e fracassos contemplados em atletas, isso dá uma sensação de proximidade, de intimidade com quem compete”. 

(Foto: Ulisses Castro / ACBF)


















Futuro

Para o futuro, Xavier tem os pés no chão e projeta realizações com o Carlos Barbosa a curto prazo. “O esporte me mostrou que devemos sempre viver os momentos com muita intensidade, planejar o futuro depende sempre de inúmeros fatores e que muitas vezes não estão ao seu alcance”. E espera que o esporte encontre o seu lugar, mesmo que com alguns obstáculos. “Queremos nosso espaço e estamos buscando. Quando digo ‘estamos’ me refiro aos profissionais da área técnica e atletas. Não vejo o mesmo movimento por parte de dirigentes e gestores. Falta gestão de pessoas que realmente conheçam o esporte e suas necessidades”, finaliza.

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