Especial: O lazer do futebol amador

(Foto: Nicholas Araujo)


O futebol sempre foi uma grande paixão brasileira e o Brasil sempre possuiu uma seleção de qualidade. Atualmente, a queda no prestígio da camisa verde e amarela e os impasses que o Campeonato Brasileiro atravessa fizeram surgir uma nova vertente do futebol para quem está apenas começando ou para quem já pendurou as chuteiras a muito tempo: o futebol amador.
 
Especificamente, o esporte vem adquirindo adeptos em Ribeirão Preto (SP), sendo que a modalidade é disputada nos campos de várzea e internamente nos clubes de lazer espalhados pela cidade. A estrutura se assemelha com os de jogos profissionais. Segundo o representante, Mário Sérgio Ciampaglia, que organiza a equipe do Força Esporte Clube em um clube no município, a organização segue alguns padrões e regras profissionais para que o campeonato possa ser realizado de maneira correta e evitar qualquer conflito. “Devo representar a equipe perante a diretoria do clube, buscar patrocínios, avisar todos os atletas dos horários dos jogos, confirmar a presença para evitar WO e manter o espírito competitivo e a união da equipe”.

O representante conta que os jogadores são indicados por alguns atletas e que a rotatividade é grande entre as equipes. “No meu caso, a mudança de jogadores é muito baixa. Há pelo menos três anos que não tenho grandes mudanças no elenco”. O campeonato acontece sempre aos finais de semanas ou feriados e recebe bastante apoio dos associados do local. “O clube cuida da parte de organização da copa e a manutenção se deve ao idealismo de alguns associados”, conta.

Já para o jogador Malcom Vianna, esse suporte nem sempre acontece para todos os atletas ou times. “Algumas equipes conseguem patrocínios para pagar pelas partidas disputadas ou para pagar as mensalidades dos clubes, mas a maioria não recebe auxílio algum, apenas as comemorações no término dos jogos”. Recentemente, Vianna disputa uma copa no campo de grama no Ipanema clube e diz que o clima nos bastidores é sempre muito tranquilo. “No entanto, há sempre muita expectativa, afinal todos entram para vencer, mas conscientes da responsabilidade no dia seguinte”.

O jogador também se divide com a disputa de outras modalidades do futebol amador na cidade e conta que há muitas diferenças de um clube para o outro. “Existem vários campeonatos desta categoria, o aberto citadino e regional. Já disputei vários e o que apresenta maior violência é o citadino, pois a punição fica apenas no campeonato. Os torneios disputados nos clubes, que são permitidos apenas para associados, têm uma disciplina pouco maior, pois a penalidade afeta diretamente sua condição dentro da associação e pode ter sua entrada no clube suspensa por determinado período”.

Em meio a toda essa disputa, rivalidade e amor pelo futebol, Ciampaglia diz que o intuito maior dessas competições é para diversão e descontração depois de uma semana cheia de trabalho e compromissos. “Estamos ali para nos divertir, mas, ao mesmo tempo levamos as disputas bem a sério, pois sempre queremos estar na final”. Vianna destaca a emoção de estar em um campeonato em uma modalidade que está crescendo a cada ano em Ribeirão Preto. “É extremamente compensadora, pois nesse meio você cria muitas amizades, mesmo com os adversários, é criada uma grande rede de relacionamentos. O prazer de se fazer o que gosta é o que me motiva”, finaliza.


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