"Sensação", líder do Inglês tem craque ex-operário e técnico "refugo"

(Foto: Carl Recine/REUTERS)


O que acontece no topo da tabela do Campeonato Inglês? Com mais de um terço da temporada já disputado, quem lidera uma das principais competições do mundo é o modesto Leicester City, que no ano passado terminou na 14ª colocação. E o time que tem o melhor ataque, o artilheiro da competição e só uma derrota em 15 jogos também apresenta uma série de curiosidades que vão mostrando que o futebol europeu ainda tem espaço para "zebras":

Artilheiro trabalhou como operário até os 23 anos

O artilheiro do Inglês com 14 gols em 15 jogos é Jamie Vardy, que tem uma carreira nada convencional. Ele jogou na oitava divisão até os 23 anos, trabalhando também como operário em uma fábrica. Em 2011, sua sorte começou a mudar: foi campeão e artilheiro da sétima divisão inglesa com o Halifax. No ano seguinte, novamente título e artilharia, desta vez da quinta divisão, com o Fleetwood. Foi o suficiente para chamar atenção do Leicester. Ele só explodiu neste ano, aos 28, sendo convocado à seleção inglesa e quebrando um recorde de Van Nistelrooy ao fazer gols em 11 rodadas seguidas do Inglês.

Boas contratações… mas os destaques já estavam lá

O Leicester gastou quase 20 milhões de libras para reforçar o time na temporada, mas não trouxe nenhum grande nome: o mais caro foi o atacante japonês Okazaki, enquanto o zagueiro alemão Huth e o volante francês Kanté são titulares importantes. Outro bom reforço foi o lateral austríaco Fuchs, que veio de graça. Mas os dois principais destaques do time já estavam lá: além do goleador Vardy, a outra sensação é o meia-atacante argelino Mahrez. Canhoto, veloz e habilidoso, ele já tem 10 gols e seis assistências na temporada.

Sucesso após ser "esnobado" pelo craque

O Leicester lidera o Inglês sem contar com seu melhor jogador da temporada passada: o veterano volante argentino Esteban Cambiasso, votado pelos torcedores como o craque do time em 2014/15, decidiu não renovar com o clube, apesar dos esforços da diretoria para mantê-lo. Sem a técnica do veterano, o Leicester apostou na energia e na disposição de nomes como Drinkwater e Kanté no centro do campo, e vem dando certo. Enquanto isso, Cambiasso só fez cinco jogos pelo Olympiacos no ano.

Técnico vem de uma década de fiascos

O experiente italiano Claudio Ranieri, 64 anos, faz um trabalho além de qualquer expectativa no Leicester. Porém, ele chegou no início da temporada como "refugo" após uma década de fracassos em vários clubes. O treinador deixou a seleção da Grécia após uma vergonhosa derrota em casa para as Ilhas Faroe, e também havia sido demitido ou pedido demissão em seus seis trabalhos anteriores: Monaco, Inter de Milão, Roma, Juventus, Parma e Valencia. Seu último trabalho relativamente bom havia sido no Chelsea, onde ele foi trocado por José Mourinho em 2004.

O segredo é jogar para frente

O Leicester não adotou a fórmula padrão para times pequenos que enfrentam times grandes. Nada de ficar fechado na defesa e jogar por uma bola: a equipe é armada em um 4-4-2 ofensivo, com dois pontas velozes (Mahrez e Albrighton) e dois homens de área (Vardy e Okazaki). Com um jogo direto e veloz, sem muito refinamento no meio-campo, o time cria muitas chances de gol por partida. Não à toa, tem o melhor ataque (32 gols), mas a oitava pior defesa (21 gols sofridos) – só os sete últimos colocados tomaram mais.

UOL Esporte

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