África do Sul limita bônus por gol, mas revolta continua

Com vitória sobre a Guatemala, África do Sul chegou a 11 jogos de invencibilidade em jogos antes da Copa do Mundo Foto: Reuters

Os jogadores sul-africanos vão receber cerca de R$ 240 mil por gol em caso de vitória

A iniciativa da Federação Sul-Africana de Futebol de premiar cada gol marcado pela seleção do país na Copa do Mundo ainda deixa parte dos torcedores revoltados. Mesmo com a criação de uma regra para diminuir as reclamações em relação ao assunto.

A princípio, a entidade anunciou que pagaria 1 milhão de rands (cerca de R$ 240 mil) para os jogadores a cada ataque certeiro, independente de vitória ou derrota. Na noite da última quarta-feira, o chefe-executivo da federação sul-africana, Leslie Sedibe, disse para a imprensa do país que atendeu aos pedidos de quem achou exagerada a oferta e só pagará o valor em caso de triunfos. Em empates, será oferecida a metade do valor.

Porém, a medida pouco aliviou a revolta. "É muita coisa. Eles teriam que pensar em transformar esse dinheiro em benefício para a população. Mesmo sendo dinheiro da federação, tem que ter outro destino", disse o recepcionista Joey Makenda.

Na mesma linha, o vendedor Francis Chikori discorda da iniciativa e desconfia de duas coisas. "Eu acho que esse dinheiro deveria ser colocado em escolas e hospitais, por exemplo. No final quem vai pagar é o governo e como vamos saber se eles não vão continuar pagando por derrota".

A iniciativa anunciada na última semana visava aumentar a média escassa de gols dos sul-africanos. E, pelo menos na goleada por 5 a 1 sobre a Guatemala na segunda-feira, a oferta parece ter surtido efeito.

"Eles pensam que com esse dinheiro vão conseguir motivar os jogadores. Mas é muita coisa. E os jogadores já ganham bem, tem que jogar por coração, não por dinheiro", reclamou o gerente de loja Theo Charles.

Além da premiação por gols, a África do Sul pagará "um bom dinheiro" em uma eventual classificação do país para as oitavas-de-final. O valor deste bônus para os sul-africanos, que precisam passar por França, Uruguai e México na primeira fase, ainda não foi divulgado.

O presidente da Federação da África do Sul, Kirsten Nematandani, se defende das críticas e diz que a premiação pode fazer o país chegar onde ninguém imagina. "Nós podemos fazer isso (vencer a Copa do Mundo)", disse.

Um título seria a certeza do esquecimento de críticas por conta da Copa do Mundo. O país já respira futebol, está empolgado com a realização do Mundial, mas é normal escutar em conversas com o povo local descontentamento em relação ao alto valor investido na construção de estádios e até do salário do técnico Carlos Alberto Parreira.

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