Ministro pede nova postura à Infraero e teme vergonha em 2014

Orlando. Foto: EFE

Orlando Silva: "ou obras são agilizadas, ou passaremos por constrangimentos"

Presente na abertura da Soccerex, convenção de negócios do futebol realizada no Rio de Janeiro, o ministro dos Esportes, Orlando Silva, fez críticas à Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) e afirmou temer pela situação dos aeroportos para a Copa do Mundo de 2014. Segundo o político, o Brasil corre o risco de passar vergonha se a questão não virar prioridade.

"Hoje tenho uma preocupação muito forte com aeroportos. Está mais do que evidente que estão próximos do limite da necessidade do Brasil. Quando pensamos em eventos do porte de uma Copa e se vermos que o Brasil é quase um continente, no qual só se pode circular de avião, percebemos que é o risco principal para a Copa de 2014", apontou Orlando Silva.

O ministro cobra mais rapidez da empresa estatal para ampliar a capacidade aeroportuária, agilizando licitações e reduzindo prazos nas obras. "Imagino que a Infraero terá de alterar totalmente a conduta, o comportamento, a atitude, ter uma atividade completamente diferente da que teve até aqui, sob pena de oferecer constrangimentos à realização do Mundial de 2014", disse.

A situação dos aeroportos brasileiros - assim como de todo o sistema de transporte aéreo - é considera crítica há alguns anos. Para o final de 2010, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) já anunciou série de medidas para evitar novo caos aéreo por conta das festividades. Para o Mundial, com grande expectativa de público, há preocupação. "Ou a Infraero anda mais rápido, ou o Brasil pode passar por constrangimentos", reforçou Orlando Silva.

O ministro, por outro lado, manifestou confiança na realização das obras dos 12 estádios que servirão como sede para o Mundial. "Dos sete estados que pediram financiamento ao BNDES, cinco já foram aprovados. Estive recentemente em Manaus, o estádio está em estágio bastante avançado de preparação. Temos ainda certa indefinição em Natal, tivemos a definição recente em São Paulo, mas acredito que consolidaremos as 12 sedes", concluiu.

Nuzman também pede melhora

Sobre as declarações do ministro sobre aeroportos, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de 2016, Carlos Arthur Nuzman, também criticou a atual condição dos aeroportos brasileiros

"A questão dos aeroportos talvez seja o tema mais unânime no País. Há uma necessidade de melhora, de modificação dos seus sistemas, mas acredito que, com os planos de ação do próximo Governo, os problemas sejam solucionados", disse Nuzman.

O presidente do COB declarou ainda que "o Comitê Organizador dos Jogos não trata de obras, de construções e de infraestrutura, porque são responsabilidades do governo".

Comentários