Rússia elege Cuiabá como modelo para Copa de 2018, mas nota obras na cidade

Inicialmente, previsão era entregar o centro de treinamento em maio de 2014

Uma combinação entre tabela da Copa de 2014 e tamanho da população transformaram Cuiabá em modelo para a Rússia, que em 2018 sediará o Mundial. Uma delegação de 45 pessoas do país europeu desembarcou no domingo na capital mato-grossense e passou por um ciclo de palestras na tarde desta segunda-feira. Entre as avaliações preliminares, os representantes internacionais notaram as obras na cidade brasileira.

"Ainda não tivemos muito tempo paara estudar a cidade, mas vimos que algumas das obras não ficaram prontas. Vimos as pessoas trabalhando com tranquilidade, e vamos torcer para tudo estar pronto até o fim da Copa", disse Serguey Akopov, embaixador da Rússia no Brasil, em entrevista coletiva concedida nesta tarde.

Segundo ele, os russos receberam em Cuiabá um alerta sobre o cronograma para a Copa do Mundo: como eles têm apenas quatro anos até o evento, é melhor que apressem o ritmo das obras. "Ainda não deu tempo de começar muita coisa, mas o governo tem concentrado esforços. Nossa experiência com os Jogos Olímpicos de inverno é que conseguimos um tempo recorde nas obras graças à cooperação entre governo e iniciativa privada", completou Akopov.

Cuiabá foi escolhida pelos russos por uma combinação de dois fatores. A capital mato-grossense receberá o primeiro jogo dos europeus na Copa de 2014 (na terça-feira, contra a Coreia do Sul) e tem 569 mil habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O tamanho é similar ao de quatro das 11 sedes do Mundial de 2018.

"A Rússia leva muito a sério os preparativos para a Copa de 2018. Por isso, elaboramos um cronograma especial. Foi aprovada uma lei que trata das coisas que o país está fazendo para o Mundial, e todas as regiões começaram a pensar nisso em dezembro, quando fomos eleitos", afirmou Alexei Sorókin, diretor-geral do comitê organizador da próxima Copa do Mundo e principal interlocutor dos russos com a Fifa.

No total, os russos devem mandar mais de cem pessoas ao Brasil no período da Copa do Mundo. Eles já passaram pelo Rio de Janeiro antes da viagem para Cuiabá.

Brasil e Rússia têm acordos de cooperação desde 1997. Os dois países selaram uma iniciativa de apoio mútuo com foco em grandes eventos esportivos.

"Essa visita é muito importante para nós ter uma ideia e conhecer os preparativos do Brasil", afirmou Sorókin. Questionado sobre o que viu de errado no país da Copa de 2014, o diretor-geral do comitê organizador da próxima edição tergiversou: "Não falo sobre problemas".

UOL Esporte

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