Corinthians vence Palmeiras no Itaquerão e Guerrero vai à história


Guerrero comemora o gol contra o Palmeiras no primeiro clássico da história do Itaquerão

José Paolo Guerrero já era o jogador mais importante da história do Corinthians - senão o maior ídolo - antes do apito inicial do primeiro clássico contra o Palmeiras no Itaquerão, neste domingo. Ao término da partida, ele ganhou motivos para ser considerado o número um: marcou o primeiro gol da vitória sobre o arquirrival, por 2 a 0. E tudo isso poderia não ter acontecido caso ele tivesse optado por deixar o campo no primeiro tempo, quando sentiu uma lesão.

A cena já foi vista pelo torcedor corintiano em outros momentos: bola lançada para o atacante peruano, ele começa a correr e para, dá passadas mais lentas como quem desistiu do lance e leva a mão à parte de trás da coxa. Neste domingo, a história foi idêntica. Mas Guerrero não quis sair de campo. Passou alguns minutos quase parado, sem olhar para o banco de reservas que insistia em pedir sua atenção - Romarinho e Luciano já aqueciam. Mas ele ficou, terminou o primeiro tempo, e voltou entre os 11 do vestiário. Instantes depois, entraria para a história. Ele não só é o heroi do Mundial, como também o protagonista do primeiro Corinthians x Palmeiras em casa.

Com a vitória, o Corinthians é o líder do grupo de 19 mortais, cinco pontos abaixo do Cruzeiro, atual campeão, que se mostra em outro nível em relação aos competidores. O Palmeiras de Ricardo Gareca perde a terceira seguida no Brasileirão e fica na metade inferior da tabela.

Fases do jogo:

O primeiro tempo não foi digno da energia das duas torcidas nas arquibancadas, nem do porte que o evento merecia. Foram 30 minutos sem chutes perigosos a gol, sem trabalho dos goleiros. Muita marcação, em duas equipes muito bem armadas, com o Palmeiras limitado a suas carências técnicas - Ricardo Gareca trabalha com um elenco muito inferior ao de Mano Menezes.

Em duas oportunidades na primeira etapa, o Corinthians pediu pênalti por toque com a mão dos palmeirenses na área. Os dois momentos foram interpretativos e, segundo o árbitro de Copa Sandro Meira Ricci, não mereceram marcação. Quem chegou a levar perigo a gol foi o volante Ralf, no único chute que realmente deu trabalho ao goleiro palmeirense Fábio.

Na segunda etapa, o Corinthians voltou melhor, dominou rapidamente o meio de campo e abriu o placar com Guerrero: jogada de Elias, marcação frouxa do Palmeiras, o peruano dentro da área apareceu cara a cara com Fábio e tocou na saída, no canto direito.

Elias também criou a jogada do segundo gol do Corinthians. Avançou e encontrou Petros pela direita, entrando da área. O meia corintiano bateu, a bola tocou na trave, nas costas do goleiro Fábio, e entrou. 

Melhor: Paolo Guerrero - Não quis sair de campo quando sentiu o que parecia ser mais uma lesão muscular na coxa. Joga melhor com Mano, podendo sair da área. Participa da criação e da conclusão. E, como manda sua história no Corinthians, brilha: agora é o herói, também, do clássico.

Pior(es): Victor Luis, Renato, Mendieta e Mouche - Ricardo Gareca viu sua equipe não funcionar na tarde deste domingo por atuações muito fracas de alguns jogadores. Victor Luis foi muito mal na marcação pela lateral esquerda, deixou o Corinthians jogar por sua ponta direita. Quando não era Renato Augusto, Ángel Romero passava por ali. Renato, no meio, pouco trabalhou. As pontas com Mendieta e Mouche tornaram-se absolutamente ineficientes.

Chave do jogo: Wesley e Renato, marcadores que não macam. Durante os 90 minutos, em momentos em que a bola não estava em jogo e as equipes se arrumavam taticamente no campo, aguardando uma cobrança de tiro de meta ou lateral, foi possível avistar falhas de posicionamento de Wesley e Renato, os volantes do Palmeiras. Em linha, a dupla ocupou durante todo o jogo setor por qual não passou nenhum coriniano. Com Ralf, Elias e Petros mais recuados, Renato Augusto teve facilidade em fugir do miolo. Caiu pelas laterais, revezou com ROmero. Wesley e Renato, aparentemente, não viram.

UOL Esporte

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