Saiba mais sobre os craques que podem levar seu time ao título

Eles se mostraram decisivos durante todo o Campeonato Brasileiro e na reta final não será diferente. O jogo está complicado, bola para Hernanes, Adriano, D’Alessandro ou Diego Souza. Quatro equipes que lideram as chances de título, São Paulo, Flamengo, Internacional e Palmeiras dependem de seus craques para se consagrarem, como mostra o levantamento feito pelo Terra. Confira:

Hernanes, o ambidestro

Hernanes possui um diferencial em relação aos outros craques do Campeonato Brasileiro: é ambidestro. Nascido no Recife, agradece o pai até hoje por aconselhá-lo a treinar chutes e controle de bola com as duas pernas. Criou exercícios próprios para praticar sozinho, contra uma parede, depois dos treinamentos, os fundamentos que o deixaram eficaz tanto com a esquerda quanto com a perna direita. Nada por sorte divina ou talento nato. Consequência apenas da percepção e do treinamento exaustivo em busca da diferenciação.
Talvez por conta desta particularidade, Hernanes já povoou quase todos os setores do campo. Quando

foi lançado no time principal por Paulo Autuori, em 2005, o jogador era o famigerado polivalente, atuando tanto no meio de campo como na lateral direita. Emprestado para o Santo André em 2006, jogou de meia, quase atacante, e foi devolvido no final de ano desacreditado por uma temporada irregular.

Ressurgiu depois de uma excursão do São Paulo pela Índia, no início de 2007, e com a saída de Josué firmou-se como volante do técnico Muricy Ramalho ao lado de Richarlyson, sendo apontado como principal jogador da conquista do pentacampeonato nacional. Em 2008, jogou mais avançado em algumas partidas, ganhou chances na Seleção Brasileira e foi eleito o “Craque do Brasileirão”.

Hoje, é difícil definir a posição do jogador no meio-campo são-paulino. Ganhou a camisa 10 e, com mais liberdade do que nos outros anos, chegou a ser sacado por Muricy tamanha a má fase no primeiro semestre.

Recuperou-se com a chegada de Ricardo Gomes e é considerado o termômetro do time: se joga bem, a equipe vai no embalo; se não está inspirado, o sofrimento é certo.

Adriano, o tanque

Forte, matador e com uma canhota indefensável. Essas são as principais características do ídolo flamenguista Adriano, artilheiro do time rubro-negro e do Campeonato Brasileiro com 19 gols. Depois de brilhar nos gramados europeus com a camisa da Inter de Milão, o carioca voltou ao clube que o revelou para o futebol e, como um verdadeiro tanque nos gramados, levou o Flamengo a ser um dos candidatos ao título brasileiro

Depois de iniciar a carreira na Gávea e só atuar em 16 jogos com a camisa do Flamengo entre 2000 e 2001, Adriano foi vendido à Inter de Milão com apenas 18 anos. Novo e sem experiência, a equipe
o emprestou à Fiorentina e depois ao Parma. Mais maduro e com muito mais massa muscular, sua principal característica, Adriano voltou ao time de Milão para se tornar ídolo e ganhar o apelido de “Imperador”. Depois da morte de seu pai, em 2006, teve início a queda do império do carioca na Itália. A depressão por conta da morte do pai influenciou o desempenho do craque dentro de campo e gerou problemas com o alcoolismo.

As críticas da imprensa esportiva só pioraram a situação e Adriano foi afastado pelo técnico da Inter na época, Roberto Mancini. Sem oportunidades na Itália, o atacante foi emprestado ao São Paulo, voltando ao Brasil para iniciar um período de reabilitação física e psicológica. Depois de uma boa passagem pelo time tricolor paulista, marcando 17 gols em 28 jogos, o astro retornou à Itália para mais uma tentativa na Inter.

Mas Adriano não conseguiu repetir o desempenho de sua primeira passagem pelo clube e chegou a anunciar o abandono ao futebol por tempo indeterminado porque havia “perdido a alegria de jogar”. De volta ao Rio de Janeiro para se reencontrar com a alegria, Adriano teve seu contrato rescindido com a Inter e foi anunciado no Flamengo em maio.

D'Alessandro, o gringo

Se Andrés D’Alessandro resolver jogar tudo o que sabe, dificilmente os adversários terão chances de derrotar o Inter. Muito habilidoso e rápido, o argentino da equipe colorada é preciso nos passes e coloca os seus companheiros na cara do gol. Não é um goleador, mas um legítimo camisa 10. Inteligente e polêmico, D’Alessandro tem boa visão de jogo e pode decidir uma partida apenas com um toque na bola.

O argentino iniciou sua carreira no River Plate, em 1998, mas só foi se tornar conhecido pela torcida brasileira em 2003, quando, ainda no time argentino, acabou como o principal responsável pela eliminação do Corinthians na Copa Libertadores daquele ano. Do River foi direto para o futebol europeu, sendo contratado pelo Wolfsburg por 9 milhões de euros. Na temporada 2005/2006 foi mais valorizado. O Portsmouth comprou o jogador por 16 milhões de euros. Emprestado ao San Lorenzo em 2008, o meia argentino jogou a Libertadores e, ao término do empréstimo, foi adquirido pelo Inter por 5 milhões de euros.

Depois de uma ótima primeira temporada com a camisa do time gaúcho, D’Alessandro caiu de rendimento no início deste ano, amargou alguns jogos na reserva e chegou a ser afastado por conta da suspensão imposta pelo STJD, que deixou o jogador de fora do Campeonato Brasileiro por cinco jogos. O motivo foi a tentativa de agressão ao zagueiro corintiano William, na final da Copa do Brasil, conquistada pelo time alvinegro.

As polêmicas e os lapsos de craque tornaram D’Alessandro um dos ídolos do Inter. O carinho da torcida pelo meio-campista e do próprio argentino com os fãs colorados é tanto que o camisa 10 chegou a desenhar um símbolo do time gaúcho na parte de trás da cabeça no início do ano.

Diego Souza, o chapa-quente

Principal jogador do Palmeiras, Diego Souza consegue aliar habilidade, rapidez e ótimo desempenho utilizando o corpo para proteger a bola. Como atacante ou meia-armador, o camisa 7 da equipe do Palestra Itália dita o ritmo da partida. Quando pega na bola, levanta a cabeça, tranquiliza o time ou dá velocidade com as suas arrancadas.

Diego Souza iniciou a carreira no Fluminense e tornou-se profissional em 2003, ficando por dois anos no clube das Laranjeiras. O bom momento fez o jogador ser vendido para o Benfica, em maio de 2005. Mesmo sem jogar na equipe portuguesa, acabou emprestado ao Flamengo, gerando polêmica por ter sido criado no rival Flu. Com o término do contrato com o time rubro-negro, foi emprestado ao Grêmio. Lá, chegou à final da Copa Libertadores de 2007. O ótimo futebol abriu os olhos da Traffic, parceira do Palmeiras, que comprou os direitos federativos do carioca e o colocou no elenco alviverde em 2008.

No entanto, quando chegou ao Palmeiras, Diego Souza não conseguiu mostrar o futebol da época de Grêmio. Mesmo assim, as atuações brilhantes do camisa 7 em 2009 o colocaram como o principal favorito para ganhar o prêmio “Craque do Brasileirão”, entregue anualmente pela CBF ao principal jogador da competição.

Mas o carinho da torcida alviverde só foi confirmado no dia 18 de abril, na semifinal do Campeonato Paulista. Na ocasião, se desentendeu com o zagueiro Domingos. Diego Souza foi expulso, voltou a campo e deu uma rasteira no santista, para delírio da torcida no Palestra Itália. Depois disso, recebeu elogios e críticas, inclusive sendo comparado ao ídolo Edmundo, que também era conhecido pelo seu comportamento explosivo nas quatro linhas. A fama é tanta que o camisa 7 entra em campo e ouve da torcida: “sai, sai da frente. Sai que o Diego é chapa-quente”.

Comentários