Fifa garante sistema de 'linha do gol', mas diz que árbitros decidirão sobre uso

Na primeira da série de entrevistas coletivas que aconterão diariamente durante a Copa do Mundo-2014, no Maracanã, a Fifa esmiuçou o funcionamento da maior inovação da arbitragem para a competição: o sistema de "linha do gol", que transmite uma mensagem a um relógio usado pelo árbitro caso a bola cruze a linha de fundo completamente sob as três traves. Apesar de garantir a confiabilidade da ferramenta, a entidade revelou que o juiz de cada partida do Mundial terá autonomia para decidir se irá utilizá-la ou não. O veredito será, então, passado às duas equipes envolvidas. [saiba_mais ids="416715,416717,416175"]

"O árbitro decide se quer usar ou não. O ponto é que, se ele disser que não quer usar porque não sabe se vai funcionar, os jogadores serão informados imediatamente que o sistema não será usado", explicou o líder do grupo de qualidade da Fifa, Johannes Holzmüller.

O maior parâmetro para a decisão do árbitro será uma bateria de testes realizada antes do apito inicial. Primeiramente, a bola será atirada diretamente no fundo das redes. Depois, o juiz deve rolar a bola por cima da linha. Por último, ele deve caminhar sobre a linha com a bola nas mãos, de modo a encobrir a visão de duas das sete câmeras utilizadas. Caso em todos os testes o relógio aponte gol, o sistema deve ser aprovado para uso durante o jogo.

História e funcionamento

Aprovado pelo International Football Associaton Board (IFAB) em 2012, o sistema de "linha do gol" recebeu seus primeiros testes em competições oficiais da Fifa nos Mundiais de Clubes de 2012 e 2013, além da Copa das Confederações no Brasil. Segundo a própria entidade, que posicionara-se contra a tecnologia no passado, um dos fatores que pesou na mudança de opinião foi o gol não validado de Frank Lampard durante a derrota da Inglaterra para a Alemanha, nas oitavas de final da Copa do Mundo-2014.

Após um processo de licitação, a empresa alemã GoalControl foi escolhida em 2013 para ser a provedora da tecnologia durante o Mundial-2014. Os "adversários" eram outras três companhias: GoalRef, Cairos e Hawk-Eye, famosa pelo uso no tênis.

Durante a Copa, o funcionamento do sistema será baseado em 14 câmeras instaladas em todos os 12 estádios, sendo 7 ao redor de cada gol. A intenção é dar uma visão de 360 graus da linha de fundo, sem pontos cegos. As imagens serão captadas em uma velocidade de 500 quadros por segundo e transmitidas para uma sala de controle, que, por sua vez, emite um sinal para o relógio do árbitro principal em caso de gol. Após mais de 2.400 testes, a GoalControl garantiu a confiabilidade do sistema.

"Podemos dizer que temos um sistema absolutamente preciso e confiável aqui no Brasil", afirmou Dirk Broichhausen, dono da empresa.

O único ponto de discórdia foi a margem de erro: a apresentação oficial realizada no Maracanã falou em "alguns milímetros" de precisão. Questionado sobre um número mais exato, Holzmüller garantiu uma margem de até 1,5 cm, enquanto Broichhausen fallu em 50 milímetros. Outro funcionário da empresa, Bjön Lindner foi mais longe, e citou apenas 5 milímetros em conversa com repórteres durante uma demonstração no gramado do Maracanã.

ESPN

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