Entenda por que Corinthians e Fla escolheram lados opostos nos bastidores

(Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)


Amigos com linhas de pensamento muito diferentes sobre o futuro do futebol brasileiro. É assim que as diretorias de Corinthians e Flamengo, adversários de domingo em Itaquera, se autodenominam.

Os dois clubes, que mostraram cordialidade nas transferências de Emerson Sheik e Guerrero há alguns meses, optam por lados opostos quando o assunto é campeonatos regionais.

De um lado está o Corinthians, que acaba de renovar os direitos de transmissão do Campeonato Paulista até 2021, com direito a pagamento gordo em mãos. Do outro está o Flamengo, que lidera o rompimento de um considerável grupo de clubes com suas federações e que encabeça a criação da Liga Sul-Minas-Rio. Uma competição, inclusive, que a direção corintiana desdenhou.

Embora estejam em lados opostos nos relacionamentos com as respectivas federações, os clubes optam pela boa convivência. Apesar disso, na última semana, o presidente corintiano, Roberto de Andrade, demonstrou não ter muita fé no futuro da competição que tem o Flamengo como um dos principais líderes. 

"Eu fui convidado para participar da Liga, neguei de imediato. Sou a favor de uma liga, sim, mas uma liga que contemple todos os clubes, não meia dúzia de clubes. Também não sei de onde eles vão tirar datas para que se façam os jogos desse Sul-Minas, porque o nosso calendário é tomado e você não consegue fazer um amistoso sequer. O Corinthians está muito feliz com o seu campeonato regional. Acabamos de renovar o nosso vínculo com a televisão para mais seis anos. Então, não iríamos romper o que a gente tem de certo por uma coisa incerta e que não se sabe onde vai parar". 

O flamenguista Bandeira de Mello, entretanto, diz que isso não abala a relação. "Tenho uma relação excelente com o Corinthians. Cada um tem a sua posição e respeitamos. Não afeta em absolutamente nada. A Liga não é um embrião para uma competição nacional. É apenas um torneio regional e isso precisa ficar claro. A posição do Flamengo não é para que a Liga substitua qualquer campeonato em âmbito nacional futuramente. Isso não existe", disse. 

"O Campeonato Paulista é atrativo e rentável. O Carioca não é. Há 30 anos tínhamos o melhor Estadual do país e agora não dá para comparar. É natural o Corinthians estar alinhado com a federação paulista. O nosso rompimento é apenas com a Ferj [Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro], não com os clubes que pensam diferente", concluiu Bandeira de Mello.

Por mais que o deputado federal Andrés Sanchez se anuncie como um postulante à CBF, o que já tentou ser nas últimas eleições, ele não é visto pela entidade como oposição. Essa imagem sobre ele, e consequentemente sobre o Corinthians, está ligada à posição que o clube tem tomado nas questões mais sensíveis para o presidente Marco Polo Del Nero. 

O Corinthians, por exemplo, foi um dos principais opositores do movimento Bom Senso FC. Na discussão sobre a MP do Futebol, Andrés mais uma vez se posicionou de forma contrária e fez questionamentos duros a respeito dos pontos discutidos - em ambos os casos, o caminho escolhido foi diferente do Flamengo. O que se repete, nesse momento, com a Liga Sul-Minas Rio.

UOL Esporte

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