Lembra? Mercedes viu Barrichello disputar título e última vitória do Brasil

Quem vê a Mercedes vencendo tudo nas últimas duas temporadas da Fórmula 1 pode facilmente se esquecer que em um passado recente o mesmo grupo de pessoas esteve à beira da fila do desemprego - e alguns meses depois estava comemorando o título em uma das histórias mais improváveis da Fórmula 1. Afinal, a Mercedes de hoje é o mesmo time que assombrou a categoria sob o comando de Ross Brawn - e levou o Brasil, com Rubens Barrichello, a sua última vitória.

Mas a história da equipe é bem mais antiga. A Mercedes de hoje é 'tataraneta' da lendária Tyrrell, fundada em 1958 e campeã no início da década de 1970, com Jackie Stewart. O time entrou em declínio nas décadas seguintes, mas ainda viria a brilhar nas mãos do então estreante Jean Alesi no início da década de 1990.

Com sérias dificuldades financeiras, a Tyrrell foi vendida no final da temporada de 1998 para a empresa de cigarros British American Tabacco, em um negócio que atraiu o campeão de 1997, Jacques Villeneuve. Apesar do grande investimento e de alguns pódios, a chama BAR (British American Racing) não conseguiu nenhuma vitória nos sete campeonatos que disputou até a venda para a Honda.

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"Os japoneses, que já eram fornecedores de motores da  BAR, assumiram o controle total do time em 2006 e, novamente, injetaram altas somas na fábrica localizada em Brackley, Inglaterra. Com Jenson Button e Rubens Barrichello, a investida da Honda até começou dando bons sinais, com uma vitória em uma corrida caótica na chuva na Hungria em 2006 e o quarto lugar no mundial de construtores no ano seguinte. Porém, o time se perdeu no projeto de 2007, pontuou em apenas quatro provas e os japoneses decidiram deixar a categoria no final de 2008.

Brawn salva o time
Antes disso, porém, a Honda havia contratado o engenheiro Ross Brawn, um dos grandes responsáveis pelo período de ouro da Ferrari nos anos 2000. Brawn sabia que tinha um grande carro para a temporada de 2009, na qual ocorreria uma grande mudança de regras, e decidiu salvar a equipe. Novamente com Button e Barrichello, nascia a Brawn GP, uma das maiores surpresas da história da F-1.

A confiança de Brawn vinha do fato de que o carro tinha explorado uma lacuna no regulamento (para muitos, ilegal), usando um tipo de difusor que dava muito mais performance ao carro. A equipe foi inscrita poucas semanas antes do início do campeonato, mas dominou as primeiras etapas. Mesmo caindo de rendimento devido à falta de patrocinadores ao longo do ano, Barrichello e Button disputaram junto de Sebastian Vettel, da Red Bull, o título, vencido pelo inglês. Aquele ano também ficou marcado pela última vitória do Brasil na F-1, no GP da Itália, com Rubinho.

Também campeão de construtores, Ross Brawn vendeu a equipe para a Mercedes no final de 2009, mas manteve-se na equipe até 2013 e é considerado um dos atores importantes para o domínio do time alemão hoje.

Brawn vira Mercedes
Apostando em Nico Rosberg e trazendo Michael Schumacher de volta da aposentadoria, a Brawn virou Mercedes a partir da temporada 2010. Os três primeiros anos foram difíceis, com a equipe aparecendo como quarta ou quinta força, mas em 2013, já com Lewis Hamilton no lugar do heptacampeão, o time começou a crescer e foi vice.

A grande aposta da Mercedes era se aproveitar da mudança de regulamento de 2014, que privilegiaria os motores e, como equipe de fábrica de uma grande montadora, era a chance de dar o 'pulo do gato'. E foi isso que aconteceu: desde o início da temporada passada, a equipe só não venceu seis das 34 provas disputadas até aqui. E, com a manutenção das regras ano que vem, a velha Tyrrell não dá sinais de que vai parar de dominar a F-1.

UOL Esporte

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