Após confusão, juiz encerra jogo antes da hora; Santos sai da Libertadores, mas promete brigar no tapetão

(Foto: Marcos Ribolli)


O Santos empatou com o Independiente em 0 a 0 na noite desta terça-feira, no Pacaembu, e foi eliminado da Libertadores nas oitavas de final. Após a torcida alvinegra jogar bombas dentro do gramado, o árbitro chileno Julio Bascuñan encerrou o jogo aos 42 minutos do segundo tempo por falta de segurança. Na terça passada, em Avellaneda, a disputa também tinha terminado sem gols, e a combinação de resultados levaria a decisão para os pênaltis. Mas, antes da partida de volta, a Conmebol mudou o placar da ida para 3 a 0 para o time argentino, que acabou classificado para as quartas – saiba mais abaixo.

Torcedores do Santos entraram em confronto com policiais durante o segundo tempo da partida. A partir dos 37 minutos, alguns alvinegros atiraram bombas na direção do banco de reservas do Independiente. A partida foi paralisada e, logo depois, torcedores passaram a chutar um portão que dá acesso ao gramado. Assim que o árbitro finalizou o jogo, aos 42, torcedores do Santos invadiram o gramado. No meio do tumulto, o técnico Cuca tentou ajudar um torcedor que estava sendo imobilizado pela PM e acabou se desentendendo com policiais. Algumas cadeiras do Pacaembu foram quebradas pelos santistas.

Na manhã de terça-feira, a Confederação Sul-Americana de Futebol anunciou que o Santos estava punido por ter escalado Carlos Sánchez de forma irregular no jogo de ida, uma semana atrás, na Argentina. Pelo River Plate, o meio-campista uruguaio tinha sido expulso em sua última participação em competição da entidade, em 2015 – ENTENDA AQUI o caso. A estratégia do clube, a partir de agora, é apelar para instâncias superiores da Justiça esportiva, como o TAS (Tribunal Arbitral do Esporte), na Suíça. Na chegada ao Pacaembu, antes da partida, o presidente José Carlos Peres declarou que tentaria parar a Libertadores até que o caso fosse definitivamente julgado.

O Santos não jogou bem na estratégia montada por Cuca. Com quatro atacantes (Derlis González, Gabigol, Bruno Henrique e Rodrigo), o Peixe ficou com apenas dois jogadores no meio (Sánchez e Alison) e não teve forças para criar. O time correu, lutou por cada bola, mas concentrou todo o jogo pela direita e produziu pouco. As duas chances alvinegras foram de Gabigol. Em ambas, ele parou no goleiro Campaña. E poderia ter sido pior. O árbitro deixou de marcar um pênalti de Lucas Veríssimo em Meza. No fim, em contra-ataque, Vanderlei cometeu penalidade em Hernández. Meza parou no goleiro, que manteve vivo o sonho alvinegro.

Assim como fizeram Giovanni & Cia junto com o técnico Cabralzinho no Brasileirão de 1995, os jogadores do Santos, agora comandados por Cuca, ficaram em campo durante o intervalo da partida desta terça-feira. Naquele jogo histórico, também disputado no Pacaembu, a estratégia deu certo: empurrado pela torcida, o Santos venceu o Fluminense por 5 a 2 – tinha perdido por 4 a 1 no Maracanã – e passou para a final a decisão da competição nacional.

Na volta para a etapa final, Cuca colocou Bryan Ruiz no lugar de Bruno Henrique. Mesmo com Rodrygo pela esquerda, onde o atacante rende mais, o Peixe não conseguiu produzir muito, apelando para os cruzamentos. Depois, Jean Mota substituiu Alison, e Pituca foi para o meio. Mas quem esteve de novo mais perto do gol foi o time argentino: Hernández acertou o travessão de Vanderlei. O jogo parou aos 37 por causa das bombas atiradas pela torcida. Aos 42, o juiz encerrou a partida, e a confusão continuou...

A Justiça de São Paulo mandou penhorar 30% da renda líquida do partida por conta de uma ação movida pelo empresário Giuliano Bertolucci, com quem o Santos tem uma dívida milionária, ainda de quando o Santos era gerenciado pelo ex-presidente Modesto Roma Júnior. Também foram bloqueados quase R$ 9,6 milhões do Peixe. O dinheiro é equivalente à venda de Felipe Anderson, que deixou a Lazio e foi para o West Ham por 40 milhões de euros (R$ 180 milhões). O Peixe tinha direito a 25% da negociação, mais os 3% por ser o clube formador.

Sem contar a disputa nos tribunais esportivos, o Santos tem mais 18 jogos até o fim da temporada, todos pelo Campeonato Brasileiro. O próximo, pela 22ª rodada, está marcado para sábado, às 19h (de Brasília), contra o Vasco, no Maracanã.

Globo Esporte

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