Bruno Senna e campeão da Stock criticam nova regra da F1

Novas e decisivas regras, como as divulgadas nesta terça-feira pelo Conselho Mundial de Automobilismo para a Fórmula 1, dividem opiniões. Neste caso, sobretudo por alterarem diametralmente os rumos do campeonato -em especial, o do campeão. Bruno Senna, Ricardo Maurício, Chico Serra, Cláudio Carsughi e Luciano Burti foram ouvidos pelo Terra , justamente, para expressarem suas opiniões a respeito de como ficará a competição a partir da temporada 2009.

Como de esperado, as novas regras dividem opiniões e, principalmente, têm seus prós e contras. E geram sempre polêmicas: Felipe Massa seria campeão em 2008, Ayrton Senna teria quatro títulos mundiais e Nelson Piquet apenas só um, por exemplo, a partir do novo sistema de pontuação.

Segundo o que foi determinado, a atribuição de pontos aos oito primeiros colocados se manteve, mas o primeiro critério para definir o campeão passa a ser o número de vitórias.

Veja o que cinco personalidades falaram a respeito da nova regra da Fórmula 1:

Bruno Senna, piloto que testou pela Honda em 2008

"É complicado e isso faz bastante diferença. Acho que ainda é difícil de avaliar o que pode acontecer, mas com certeza isso mexerá muito com a cabeça dos pilotos. Vai ter muita gente querendo ganhar corrida a qualquer custo sem pensar na consistência do carro em si"

Ricardo Maurício, campeão da Stock Car 2008

"O campeonato é feito de um total de corridas, não de vitórias. Não concordo com isso, pois não é como Olimpíadas, pois você não põe dez pilotos para correr na McLaren. É um campeonato de equipes"

"Já aconteceu comigo em 1998, na Fórmula 3, de perder o titulo por duas corridas conjuntas em Macau. E da forma como ficou o regulamento no ano seguinte, eu teria sido o campeão"

"A Fórmula 1 tenta achar alguma forma de não perder o público e por isso tem uma mudança todo ano. Não é como a Nascar, que tem uma regra e é aquilo. Deu certo para o público e acho que isso será mudado em breve novamente"

Chico Serra, piloto da Fórmula Truck, tricampeão da Stock Car e ex-Fórmula 1

"Concordo que tem que prevalecer a vitória, mas não assim. O que poderia se fazer é o que a Fórmula 1 tem feito ao contrário, que é prevalecer a vitória com maior pontuação. Antes eram nove pontos para o primeiro e seis para o segundo. E aí aumentou e agora vem diminuindo de novo. Você poderia dar 12 pontos para o primeiro colocado e oito para o segundo, por exemplo"

Luciano Burti, ex-piloto de Fórmula 1 e comentarista da Rede Globo

"Vejo dois lados: o positivo, de melhorar o espetáculo. O público quer ver briga pela vitória e ela terá um peso bem maior e, teoricamente, as corridas serão mais disputadas. Não é uma regra perfeita, mas vai melhorar o espetáculo"

"Por outro lado, o piloto regular ficou prejudicado. Não é fácil estar sempre em segundo ou terceiro, é difícil ter uma equipe que prepare o carro e um piloto que não tenha problemas. Esses dois perderão valor"

"Se fosse assim em 2008, o Lewis Hamilton não teria feito aquela corrida burocrática. Agora, todos precisarão de estratégias mais agressivas e os pilotos arriscarão mais"

Cláudio Carsughi, comentarista de Fórmula 1 da Rádio Jovem Pan

"Vejo de forma razoavelmente positiva. Poderíamos também dar dez pontos ao vencedor e seis para o segundo colocado. Realmente é preciso privilegiar mais a vitória, mas isso é melhor que nada. É melhor que aqueles dois miseráveis pontos que havia antes entre o primeiro e o segundo"

"Isso provavelmente irá modificar as táticas das equipes. Se às vezes você tem um carro quase igual que o primeiro colocado, vale arriscar e tentar ganhar. E acho que deve tornar um pouco mais disputada a briga pelas outras posições"

"Não adianta querer mudar as regras depois do jogo terminado, então tanto faz quem ganharia em outros anos. Cada um baseou sua tática nas regras existentes e talvez o Massa adotasse uma postura mais agressivas nas últimas provas. É só um exercício matemático, uma diversão"

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