Enfiada em dívidas, dupla paraense vê salvação em grandes de SP

"Uma semana inacreditável". É assim que Amaro Klautau, presidente do Remo, definiu ao Terra estes dias de março para o futebol paraense. Enfiado em dívidas e longe das principais competições do País, a dupla Remo-Paysandu receberá os gigantes Santos e Palmeiras pela Copa do Brasil, fazendo do Estádio Mangueirão o centro das atenções do esporte brasileiro por um momento.

O cenário local entretanto é de crise. Em janeiro de 2010, o início do Campeonato Paraense encerrou mais de quatro meses sem que um clube do estado jogasse uma só partida oficial. Situação ainda pior era a do Remo: sem jogar desde abril de 2009 e que não atuou nem na Série D por não se classificar.

Amaro Klautau, presidente do Remo, já se cansou de ter as contas bloqueadas por dívidas trabalhistas. "Nossos problemas são de instabilidade financeira e administrativa. São bloqueios constantes e a dívida do clube já está em torno de R$ 7 milhões", afirma ele.

Para resolver seus problemas de vez, o Remo já acertou a venda do Estádio Baenão, localizado em uma área nobre de Belém. Além de receber uma quantia pelo patrimônio, o clube ganhará um novo palco para suas partidas em uma região mais afastada da cidade.

O Paysandu vive problemas similares em relação ao Remo. Segundo o presidente Luiz Omar Cardoso Pinheiro, a dívida herdada no início da administração foi de R$ 37 milhões e hoje está em R$ 12 milhões. "Hoje pagamos em dia, até antecipado", diz ele.

Até o Estádio Mangueirão sofreu com problemas. No início do ano, foi vetado pelo Ministério Público e o primeiro clássico Re-Pa de 2010 foi seriamente ameaçado. Somente após a intervenção até da governadora Ana Júlia Carepa (PT), e trocas de liminares, foi conseguida a liberação por questões de segurança um dia antes da partida.

Tradicionalmente a terceira força do Pará, a Tuna Luso também sofre. Pelo segundo ano, o clube não obteve a classificação para disputar a primeira divisão do Estadual e ficou de fora do grupo de oito participantes.

Apesar de toda a situação desfavorável, há otimismo pela presença de dois gigantes do futebol brasileiro. "Estamos em processo de reerguimento e a Copa do Brasil é parte desse projeto. Queremos a Série A em 2011 e temos condições de levar a decisão para São Paulo", diz o presidente do Paysandu.

Vélber, do Remo, e Sandro Goiano, do Paysandu, são os grandes astros do futebol local. O time de Sandro largou na frente na decisão do primeiro turno do Campeonato Paraense: vitória por 4 a 2 sobre os remistas.

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