Prost: "a morte de Senna decretou meu fim na Fórmula 1"

Em 1988, McLaren apostou na capacidade dos pilotos e colheu frutos: Alain Prost e Ayrton Senna só não ganharam uma de 16 corridas disputadas Foto: Getty Images

Rivais históricos, Ayrton Senna e Alain Prost chegaram a ser companheiros de equipe na McLaren, em 1988

Responsáveis por uma das maiores rivalidades da história da Fórmula 1, Alain Prost e Ayrton Senna ainda conseguem reanimar o clima de disputa entre eles, mesmo após a aposentadoria do francês e a morte do brasileiro. Nesta terça-feira, o tetracampeão mundial Alain Prost afirmou que a morte do ídolo brasileiro decretou sua aposentadoria da categoria máxima do automobilismo.

"Ayrton e eu temos um vínculo. Sua morte foi o final da minha história com a Fórmula 1. Ninguém pode falar de Ayrton sem mencionar meu nome, e ninguém pode falar de mim sem mencionar o dele. Sua morte foi o final da minha história com a Fórmula 1", afirmou Alain Prost, em entrevista ao jornal espanhol El País.

Após uma breve parceria como companheiros de equipe pela McLaren em 1998, a rivalidade entre os dois pilotos aumentou exponencialmente nos anos seguintes. Superior à Senna em número de títulos mundiais - Prost é tetracampeão, enquanto o brasileiro é tri - Prost revelou ter se aproximado de Senna cerca de três meses antes da tragédia, depois de um bom tempo de discussões e exaltações da rivalidade que assolou a Fórmula 1 durante a metade final da década de 1980 e o início da 1990.

"Ele nunca tinha me ligado, mas nas últimas semanas tinha feito isso várias vezes. Estava preocupado. Achava que a Benetton, de Michael Schumacher, tinha implantado recursos eletrônicos no carro e queria que eu entrasse para a Comissão de Segurança", contou o francês, relembrando uma das regras da época.

Prost revelou que Senna mostrava-se desconfortável com o carro da Willians, com o qual faleceu no GP de Ímola, em San Marino, em 1994. O antigo rival do brasileiro, na época já aposentado das pistas de Fórmula 1, relembrou o encontro com o brasileiro momentos antes da largada na última corrida do tricampeão mundial.

"Lembro que, antes da corrida, ele veio às cabines de televisão para falar comigo, o que não era algo habitual e, por isso mesmo, todos que estavam ali ficaram calados. Nesses momentos, o piloto só pensa em se concentrar, mas ele veio e se sentou ao meu lado. O mais surpreendente é que não queria falar de nada muito importante", revelou.

"Depois de comer, pouco antes da largada, fui aos boxes da Williams e conversamos por uns dois minutos antes dele entrar no carro. Esta foi a última vez", lamentou

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