Caminhar por Vancouver faz você se sentir na China

Em Vancouver, por onde passar, certamente esbarrará em um chinês. Ou melhor, um não. Provavelmente muitos. As chances são grandes, afinal, quase 170 mil imigrantes e descendentes deles moram na cidade-sede da Olimpíada de Inverno 2010. Mais de 29% dos cerca de 580 mil habitantes, segundo o último censo realizado pelo governo canadense, é de origem chinesa.

"Ni hao", o famoso "olá" dos chineses, ecoa por todas as esquinas, restaurantes, shoppings. Todos os cantos de Vancouver. Os asiáticos estão arraigados na cidade a ponto de os letreiros de recepção no aeroporto exibirem todos os avisos em ideogramas.

A atmosfera aproxima ainda mais a Olimpíada de Inverno, que começará no próximo dia 12, da última edição dos Jogos de Verão, realizados em Pequim há dois anos.

Se for à região de Chinatown, então, se sentirá na Ásia. Um portal logo na entrada do bairro já cria a atmosfera oriental da segunda maior comunidade do tipo no mundo, atrás apenas da Chinatown de São Francisco, nos EUA. A conversa que se escuta é quase exclusivamente em mandarim ou cantonês. Juntos, estes dois idiomas equivalem a 30% de todas as línguas faladas em Vancouver.

Nos estabelecimentos comerciais, letreiros chamativos atraem os clientes para locais que vendem desde crustáceos vivos até as mais exóticas frutas. Mas o produto mais famoso da região está em uma padaria de aparência simples, que fica muito apertada para o grande número de pessoas que vai lá para comer um pão com recheio de carne de porco.

"É o produto que mais faz sucesso na região. Temos que produzir centenas deles todos os dias para atender a enorme demanda", conta Jimmy Hu, tímido funcionário da padaria que existe há 30 anos em Vancouver.

O orgulho dos donos do estabelecimento pode ser visto nas paredes. Quadros com prêmios conquistados pelo pão com recheio de carne de porco estão estrategicamente posicionados para que os clientes fiquem impressionados e, principalmente, com água na boca.

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