De muletas, Bernardinho passa sufoco para treinar Seleção

Agitado e pró-ativo são adjetivos que definem muito bem o que é o técnico Bernardinho nos treinos e nos jogos da Seleção Brasileira masculina de vôlei. Por ter esse perfil, o treinador está sofrendo com a lesão no Tendão de Aquiles da perna esquerda. Primeiro membro do time verde e amarelo a pisar na quadra da Arena Pallaolimpia, local no qual o Brasil disputará a primeira fase do Mundial, Bernardinho mostra um certo desconforto com o fato de ter de andar de muletas.

A expressão em alguns momentos em que está andando pela quadra é de um pouco de dor. Porém, por ser pró-ativo e agitado, o treinador não consegue ficar muito tempo parado. Cumprimenta alguns conhecidos, conversa com membros da comissão técnica, analisa de perto o aquecimento dos atletas da equipe brasileira.

Depois de um tempo não aguenta e tem de sentar, seja em uma cadeira ou apoiado nas placas de publicidade. A cara que faz nestes momentos é de alguém frustrado com a situação. Está no rosto de Bernardinho a vontade de que queria estar ajudando no saque, a levantar bolas, a ser participativo o tempo todo.

A suspeita se torna certeza quando se indaga o treinador sobre o assunto. "A minha participação ser menos efetiva incomoda, me sinto menos útil, menos participativo. É chato. Não me vejo dando toda a possibilidade que poderia dar", afirma o treinador.

Para complicar ainda mais a sua recuperação, Bernardinho disse que está sofrendo com uma alergia, que o deixou com manchas vermelhas por todo o corpo. "Semana que vem só vou ficar com uma muleta. A recuperação tem sido boa, mas para piorar estou com uma alergia violentíssima, em todos os lugares. Estou há três semanas sem dormir".

O treinador relembrou ainda como sofreu a lesão no Tendão de Aquiles e disse que está servindo como mais uma superação na sua carreira. "Dei um saque e entrei correndo. Não é um acidente, há algum problema qualquer no tendão e acontece da forma mais boba. Senti aquela pedrada, que é o que dizem que dá quando lesiona essa parte. Mas nunca foi fácil, não vai ser agora que vai ser", concluiu.

Comentários