Parado há quase três meses, Dodô planeja volta e gols pelo Americana

Dodô , atacante que estava na Portuguesa, se transferiu para o Americana, equipe do interior paulista que disputará a Série B nesta temporada. Foto: Reinaldo Marques/Terra

Dodô deixou a Portuguesa em fevereiro, após desentendimento com o clube rubro-verde

No apertado calendário do futebol brasileiro é raro ver um jogador que, mesmo sem estar machucado, passe três meses sem atuar em uma partida oficial. Este será o caso do atacante Dodô, que fez o seu último jogo no dia 27 de fevereiro, quando ainda atuava pela Portuguesa, em um empate por 0 a 0 com o Bragantino, pelo Campeonato Paulista. Após acertar contrato com o Americana até o fim do ano, o atleta, que não podia mais atuar no Estadual, tirou férias de um mês antes de voltar a se preparar fisicamente. Assim, a estreia pela Águia só está prevista para o dia 4 de junho, contra o Paraná, na terceira rodada do Campeonato Brasileiro da Série B.

Em entrevista concedida na última sexta-feira, quando estava concentrado junto com o restante do elenco do Americana realizando trabalhos de intertemporada no centro de treinamento do ex-jogador Marcelinho Carioca, em Atibaia, Dodô afirmou que não está ansioso pelo retorno aos gramados.

"Acho que o período que eu fiquei parado por causa da suspensão de mais de um ano e meio (pelo uso da substância fenproporex, considerada dopante, que o jogador alega ter ingerido em pílulas de cafeína concedidas pelo Botafogo) serviu de experiência. Quando a gente fica mais experiente já sabe o que tem que fazer. Então acho que foi melhor do que se eu tivesse 19, 20 anos, quando ficava mais ansioso", explicou o atacante.

Revelando que planejava encerrar a carreira na Portuguesa, Dodô diz ter recebido nos últimos anos algumas propostas de clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, mas afirma que as rejeitou para ficar mais perto da família, que mora em São Paulo.

Sobre o Americana, clube-empresa que mudou de sede neste ano, o atacante diz ter confiança nos dirigentes e na comissão técnica, garante que o acesso para a primeira divisão nacional é possível e traça uma meta de 20 gols para a Série B.

Contusão e dívida na Portuguesa

Após pouco mais de oito meses na Portuguesa, Dodô viu a sua passagem pelo clube ser encerrada abruptamente depois do empate por 0 a 0 com o Bragantino, no último dia 27 de fevereiro, pelo Campeonato Paulista. Na ocasião, o jogador foi substituído aos 33 minutos do segundo tempo pelo meia Ivo e saiu reclamando por querer permanecer em campo. Como motivo para romper o contrato do atacante, o clube rubro-verde alegou desrespeito ao técnico Jorginho e aos demais jogadores. Entretanto, para Dodô, o motivo para sua saída da equipe foi outro.

"Na verdade o que aconteceu na Portuguesa foi que eu machuquei o cotovelo direito em um jogo do Campeonato Paulista contra o Linense, na terceira rodada e fiquei quase dez jogos fora. A Portuguesa me devia luvas bônus combinados além dos salários e eles não me pagaram pelo simples fato de eu ter me machucado jogando pelo clube", comentou o atacante.

"Acho que nessa situação o Jorginho tinha que falar comigo e, se ele achasse que eu o desrespeitei, poderia me aplicar uma multa, ou alguma coisa assim. Mas não foi uma situação minha com o Jorginho. A Portuguesa já não estava cumprindo com as suas obrigações, continuou sem me pagar e depois eu fiz um acordo com o meu procurador para quitar a dívida", explicou Dodô.

Além da saída conturbada da Portuguesa, o atacante viveu momentos difíceis nos últimos anos. O principal deles foi a suspensão por doping, que o fez parar de jogar profissionalmente por mais de um ano e meio depois que um exame constatou a presença de fenproporex (anfetamina) em seu organismo. Na época atuando pelo Botafogo, Dodô afirmou que a substância dopante foi ingerida em pílulas de cafeína oferecidas pelo próprio clube carioca, mas não conseguiu se livrar da punição na Corte Arbitral do Esporte.

Mesmo com os obstáculos enfrentados, Dodô não se arrepende de todo o esforço que realizou para voltar a jogar futebol e, mesmo com 37 anos, ainda não pensa na aposentadoria e nem no que fará depois que pendurar as chuteiras.

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