Crise afeta futebol grego, e salários em dia são raridade no país



Ex-jogador de Corinthians e Flamengo, Roger está a um ano sem receber no AEK. Foto: Divulgação
Ex-jogador de Corinthians e Flamengo, Roger está a um ano sem receber no AEK

A crise financeira que atingiu a Grécia nos últimos anos chegou também ao futebol local. Grandes estrelas que já disputaram o campeonato no passado, como Rivaldo, Cissé e Gilberto Silva, atualmente não são encontradas. Os públicos estão cada vez menores. Porém, o principal reflexo da situação complicada diz respeito ao pagamento de salários.
"Poucos são os times que estão pagando corretamente. Eu já estou um ano sem receber salários no AEK, e nosso time foi punido pela Uefa por conta da situação financeira ruim em que se encontra. Pensei em sair, mas não poderia abrir destes 12 meses que tenho para receber. Agora, estamos esperando que um investidor possa comprar o clube e assim possamos receber o que é de nosso direito", disse Roger, brasileiro naturalizado polonês que está há três anos no país.
O AEK, que terminou a última temporada na quinta colocação, perdeu sua vaga na Liga Europa por conta das dívidas. A Federação de Futebol da Grécia também limitou o número de contratações das equipes por conta da situação difícil dos caixas dos clubes.
Situação complicada também viveu Chumbinho, brasileiro que, apesar de ter contrato com o Olympiakos, já passou outras cinco equipes no país. Em três destes times, ele ficou sem receber salários por alguns meses. Ao todo, somou um ano de atrasos em pagamento.
"Poucos anos atrás, o campeonato tinha jogadores de nome, haviam de 30 a 40 mil pessoas nos estádios. Hoje, vemos que o público caiu, os grande jogadores saem do país e apenas uns três ou quatro times pagam corretamente. Fiquei quatro meses sem receber no Ethinikos, três no Panserraikos e outros cinco no OFI. O Levadiakos não atrasou, pois era Olympiacos que pagava", declarou.
O Olympiakos, bicampeão nacional, é exceção a essa realidade vivida no futebol grego. Apesar de não contar com grandes estrelas, está sempre brigando por títulos, conta com o apoio da torcida em todas as partidas e não atrasa salários.
"Nunca sofri com salários atrasados aqui. Dizem que no Panathinaikos, nosso grande rival, os jogadores estão a seis meses sem receber. Além disso, temos uma torcida apaixonada, todos os anos brigamos por títulos e disputamos a Liga dos Campeões," declarou o atacante Diogo.
Terra

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